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Lado Rural

Crescem os ataques da ferrugem asiática na soja; MS já tem 4 casos registrados

Consórcio Antiferrugem aponta que casos duplicaramm e chegam a 34 nas principais regiões produtoras

José Roberto dos Santos | 06/01/2023 15:02
Ferrugem asiática é causada por um fungo, que ataca a soja verde e prejudica a produvidade da planta. (Foto: Arquivo/Embrapa)
Ferrugem asiática é causada por um fungo, que ataca a soja verde e prejudica a produvidade da planta. (Foto: Arquivo/Embrapa)

A ferrugem asiática, conhecida como a pior doença da cultura da soja, voltar a atacar nesta safra 2022-2023. Dados divulgados nesta sexta-feira (6) pelo Consórcio Antiferrugem, composta pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e iniciativa privada, apontam 34 casos em todo o Brasil. Destes, 4 em Mato Grosso do Sul.

O número pode parecer pequeno diante da abrangência do grão no país. Porém, no mesmo período de 2022, apenas dez ocorrências haviam sido registradas. Assim, até o momento, é possível observar um crescimento de pelo menos 220% entre uma temporada e outra. Uma das formas de combater a doença é a adoção do chamado "vazio sanitário".

Estados com mais ferrugem

O Paraná vem liderando os registros de ferrugem asiática até este início de ano. Por lá, já foram constatados 15 casos. São Paulo aparece em seguida, com oito ocorrências. Mato Grosso do Sul registrou quatro até esta sexta-feira, mesmo número de Mato Grosso. Fechando o quadro, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina surgem com uma ocorrência de ferrugem asiática cada.

O pesquisador da Embrapa Soja, Rafael Soares, em entrevista ao portal paranaense Canal Rural, pondera que o clima é o fator mais importante nesta conta. “Evidente que quanto mais plantas de soja, mais chances há de aparecer a doença. Contudo, se o clima for semelhante ao dos anos anteriores, como na região Sul em que o tempo foi mais seco e tivemos menos casos, sendo que a maior parte da ferrugem apareceu na região central do Brasil, onde foi mais úmido, este ano podemos ter uma repetição, ainda mais porque teremos predominância de La Niña”, considera.

Aparecimento em estádio tardio

Nesta safra 2022/23, assim como em todas as demais computadas pelo Consórcio Antiferrugem (desde 2004/05), o maior número de casos da doença tem ocorrido no estádio R5 da soja, que é a fase de enchimento das sementes. Soares, da Embrapa, destaca que esse dado comprova que o aparecimento da ferrugem se dá em fase mais tardia.

“Por isso, é importante que as aplicações de fungicidas sejam preventivas, mas não de forma exageradamente precoce. Muitos agricultores costumam fazer as aplicações logo no estádio vegetativo, mas os próprios dados do Consórcio mostram que ocorrência de ferrugem em V3 ou R1 e R2 são exceções”, detalha o pesquisador.

Sintoma da Doença

Os sintomas causados pela ferrugem asiática iniciam-se nas folhas inferiores da planta e são caracterizados por minúsculos pontos (1-2 mm de diâmetro), mais escuros do que o tecido sadio da folha, com coloração esverdeada a cinza-esverdeada.

Quando em contato com a lavoura de soja, o patógeno causador da ferrugem provoca, diretamente, a desfolha precoce, o que impede a realização de fotossíntese e a formação dos grãos, que acabam tendo um rendimento e qualidade menores.

O que é o Consórcio Antiferrugem

Como estratégia de transferência de tecnologia para a ferrugem asiática da soja, foi criado em 2004 o Consórcio Antiferrugem. Paralelamente à criação do consórcio foi formada uma rede de ensaios cooperativos para testes de fungicidas entre pesquisadores de todo o Brasil, responsável por gerar conhecimento para subsidiar as ações de pesquisa, de técnicos e de produtores no campo.

O consórcio conta com aproximadamente 100 laboratórios cadastrados em todo o Brasil, capacitados para identificar a ferrugem asiática da soja. Além disso, fazem parte dele cerca de 60 pesquisadores de instituições públicas e privadas, distribuídos em todas as regiões brasileiras com o intuito de monitorar o problema e gerar informação atualizada sobre a doença.

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