Em MS, 2ª safra de milho não deve ser afetada pela seca, aponta monitoramento
Empresa aponta para cenário similar com o ciclo 2022-23, quando a produtividade foi boa no Estado
Em todo o Centro-Oeste, Sudeste e boa parte do Paraná, o volume de chuvas ficou entre 40% e 80% abaixo da média nas últimas duas semanas. O volume mais baixo que a normalidade neste momento ainda não é motivo para preocupação nas regiões produtoras de milho de segunda safra, mas o monitoramento do modelo europeu (ECMWF) mostra seca para a maior parte do país nos próximos dias, segundo dados apurados pela EarthDaily Agro, empresa de sensoriamento remoto com uso de imagens de satélites.
Em Mato Grosso do Sul, no Centro-Oeste, a umidade do solo deve continuar baixa de acordo com dados do (ECMWF). A umidade do solo deve continuar abaixo da média, mas deve aumentar de maneira gradual no curto prazo. O cenário aponta similaridade com o ciclo 2022-2023, ano em que a produtividade foi considerada boa.
Produtividade na média dos últimos 5 anos
A estimativa do Projeto Siga-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) para o milho é que a segunda safra seja 5,82% menor em relação ao ciclo passado (2022/2023), atingindo a área de 2,218 milhões de hectares. A produtividade estimada é de 86,3 sacas por hectare – a média de sacas por hectare está dentro do potencial produtivo das últimas 5 safras do Estado. A expectativa de produção é de 11,4 milhões de toneladas, apontando retração de 14,25% quando comparada ao ciclo anterior.
A porcentagem de área plantada na 2ª safra 2023/2024 encontra-se superior em 13,4 pontos percentuais em relação à 2ª safra 2022/2023, para a data de 08 de março.
Na data de 08 de março deste ano, a área plantada acompanhada pelo Projeto Siga-MS alcançou 59,4%. A região norte está com o plantio mais avançado, com média de 92,7%, enquanto a região sul está com 60,2% e a região centro com 38,4% de média. A área plantada até o momento, conforme estimativa é de aproximadamente 1,317 milhão de hectares.
Fatores negativos
Segundo o boletim Casa Rural, elaborado pelo Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) e publicado no dia 12 de março, o atraso na colheita da soja afetou a janela de semeadura do milho 2ª safra no Estado. Esse atraso pode desencadear problemas na safra de milho, pois algumas regiões possuem um risco elevado ao plantar fora da melhor janela de semeadura, que se concentra entre 13 de janeiro e 10 de março.
Eventos climáticos adversos, como estiagem, geada e queda de granizo, podem ocorrer e prejudicar a cultura. Portanto, é crucial que o produtor esteja atento ao zoneamento agrícola de risco climático e verifique o histórico climático da propriedade ou região antes de iniciar a semeadura.
É altamente recomendável evitar o plantio tardio no estado, pois isso pode resultar em uma queda significativa na produtividade e um aumento nas infestações por cigarrinha.