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Lado Rural

MS tem perda de 7% no faturamento do campo em 2022

Números do Mapa mostram que o Estado contabilizou R$ 70,8 bilhões de renda no ano passado

José Roberto dos Santos | 16/01/2023 19:57
Plataforma de colheitadeira descarrega soja em caminhão; grão ocupa a maior área plantada em todo o País. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Plataforma de colheitadeira descarrega soja em caminhão; grão ocupa a maior área plantada em todo o País. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

O VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária) de Mato Grosso do Sul de 2022 fechou em R$ 70,8 bilhões, uma queda de 7,06% em relação ao ano passado, que encerrou com um faturamento de R$ 75,8 bilhões. Os números foram divulgados na tarde desta segunda-feira, 16, pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A perda de faturamento na pecuária foi de R$ 1,3 bilhão, uma queda de 6,01%. Na agricultura esse montante chegou a R$ 3,7 bilhões, caindo de R$ 52,9 bilhões (2021) para R$ 49,2 bilhões em 2022, uma retração de 7,5%.

No início deste ano o Departamento Técnico da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) estimou o VBP em R$ 69 bilhões para 2022, uma queda de 8,54% em relação ano ano anterior.

Para a consultora de economia do Sistema Famasul, Eliamar Oliveira, “o atual patamar da inflação e a quebra de safra da soja 2021/2022 inviabilizaram o ganho real e potencializaram a queda na receita da agropecuária”, afirmou em nota distribuída à imprensa.

Em meados de dezembro de 2022, a coluna Lado Rural divulgou o VBP de Mato Grosso do Sul em R$ 70,28 bilhões, uma perda no faturamento do campo em torno de R$ 4,8 bilhões, segundo previsão feita pelo Ministério da Agricultura, bem próximo da perda demonstrada pelo fechamento do órgão federal, que cravou R$ 5 bilhões.

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VBP nacional 

O Valor Bruto da Produção Agropecuária de 2022 fechou em R$ 1,189 trilhão. O valor é o segundo maior em uma série de 34 anos de cálculo desse indicador. O faturamento das lavouras foi de R$ 814,77 bilhões e o da pecuária de R$ 374,27 bilhões.

O VBP de 2022 foi marcado por resultados positivos para diversos produtos, crescimento das exportações do agronegócio e dos preços agrícolas. O fator que mais prejudicou o desempenho foi a seca, especialmente na região Sul e parte do Centro-Oeste, que resultou em prejuízos aos agricultores causados por perdas de produção de soja, milho e feijão. A pecuária também foi afetada devido às perdas de suprimento.

Os produtos que mais se destacaram em 2022 foram o algodão, café, milho, trigo e leite. Esses cinco produtos atingiram, nesse ano, o maior valor do VBP em todo o período histórico. Preços e quantidades produzidas foram os principais fatores que promoveram esses produtos.

Estimativa para 2023

O VBP estimado para 2023 é 6,3% maior que o de 2022, podendo atingir R$ 1,263 trilhão. As lavouras devem ter um aumento real de 8,3%, e a pecuária de 1,9%.

Até o momento, os pontos mais relevantes deste ano são de recuperação do VBP da soja que deve atingir R$ 406,4 bilhões. Em segundo lugar, observa-se um melhor desempenho para a pecuária, pois os preços situam-se em melhor nível do que em 2022. Isso pode fazer com que a pecuária traga este ano uma boa contribuição para a formação da renda da agropecuária.

Os cinco primeiros produtos de destaque no VBP de 2023 são soja, milho, cana, café e algodão, que representam 83,7% do VBP das lavouras. Espera-se um desempenho menos favorável em café, algodão e trigo.

O que é o VBP

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais.

O valor real da produção é obtido, descontada da inflação, pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.

* Com informações do Mapa.

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