Área queimada do Pantanal em agosto equivale a 30 vezes o tamanho da Capital
Levantamento do Campo Grande News mostra, inclusive, que área incendiada corresponde a nove vezes a soma de todas as cidades de MS
Somente no mês de agosto, 10.179 km² (quilômetros quadrados) do bioma do Pantanal foram consumidos por chamas, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Isso equivale a pouco mais de 30 vezes a área urbana de Campo Grande, que possui aproximadamente 332 km².
A área queimada somente no último mês equivale também a 5,4 vezes a soma do tamanho das duas maiores cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro. Conforme levantamento da plataforma GeoInfo, vinculada à Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a capital paulista tem 949,6 km², enquanto a capital carioca tem 925,3 km².
Ainda comparando com total de zonas urbanas, seria pouco mais de 9 vezes superior à todas as cidades sul-mato-grossenses somadas, que juntas totalizariam aproximadamente 1050,6 km², segundo o levantamento.
O total de área queimada do Pantanal, registrada no ano de 2020, foi de 18.646 km², mas agosto se destacou como o mês com maior registros de vegetação pantaneira tomada pelo fogo. Se considerar tudo o que foi queimado, totalizariam cerca de 56 vezes o tamanho da Capital.
Pantanal em chamas - De acordo com publicação da ONG (Organização Não Governamental) Ecoa, o ano de 2020 é o "mais trágico" para o Pantanal, sua biodiversidade e populações urbanas e rurais. Os "recordes batidos" na quantidade de vegetação afetada são causados majoritariamente pela ação humana, segundo a organização.
98% dos incêndios na região presente no Brasil, Bolívia e Paraguai aconteceram devido à limpeza de pastagens. A publicação ressalta que mesmo com disponibilidade de imagens de satélite que identificam autores dos crimes ambientais, a fiscalização nem sempre chega a todos.
Fatores climáticos também influenciam na grande quantidade de queima, já que houve expressiva redução das "áreas de inundação" dos rios pantaneiros, devido à falta de chuva, o que ocasionou em mais espaço para desmatamento.
Além disso, fortes ventanias e baixa umidade do ar na Bacia do Alto Paraguai, que corta Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, também são fatores determinantes para a facilidade na propagação do fogo.