Céu de "arco-íris" tem beleza, mas também é sinal de poluição em alta

De uns dias para cá, o céu de Campo Grande tem amanhecido colorido, com tons de vermelho, laranja, lilás e rosa. O céu de “arco-íris” chama atenção pela beleza, mas o fenômeno indica sinal de poluição alta e falta de chuva. Já são 18 dias de estiagem na Capital.

Conforme a coordenadora do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Franciane Gonçalves, as cores mostram um efeito físico de interação entre o sol e as partículas de poluição atmosférica, conhecido como espalhamento mie - teoria que explica os tons alaranjados e avermelhados tanto ao nascer quanto no pôr do sol.

Na imagem acima, na parte mais alaranjada, depois do lilás, está autuando o efeito mie, com partículas poluidoras em suspensão na camada mais baixa, próximo da superfície. “Quanto mais azul, mas limpo está o céu. Sem poluição e sem estiagem. Quanto mais vermelho, mais sujo está. Com poluição e muitos dias sem chuva”, disse.

Franciane explicou que o fenômeno se dá em razão da poluição atmosférica dos carros, de queimadas e da poeira em suspensão na atmosfera. “Essas partículas são microscopicamente grandes. Quando chove, por exemplo, vemos pouco esse efeito de cores, porque a atmosfera está limpa".

Segundo a meteorologista, a estiagem ao longo do inverno vai fazer com que essa coloração amarela-avermelhada apareça com mais frequência. “Quanto mais amarelo, laranjado e vermelho mais poluído está”, explicou.

Sem chuva e com pouco vento, o ar fica mais sujo trazendo prejuízos sérios a saúde. De acordo com o meteorologista da Uniderp, Natálio Abrãao, a estiagem deixa o solo seco e a poeira vai subindo. "Os raios de sol incidem nessas partículas criando um processo chamado de difusão da cor vermelha. Isso só acabará quando chover. Sem expectativa de chuva, a estação mais fria do ano chega a Mato Grosso do Sul à 17h44 deste sábado (20) e só vai embora às 9h31 no dia 22 de setembro.