Criador de jacarés que foi preso pela Federal foi multado em R$ 297 mil
Após ser preso e solto pagando fiança, o criador de jacarés e funcionário do Ibama em Mato Grosso do Sul Gerson Bueno Zahdi, 64 anos, foi multado em R$ 297,5 mil pelo órgão ambiental, em razão das irregularidades constatadas pela Polícia Federal no dia 17 de agosto.
Foram lavrados 3 autos de infração. Dois, no valor de R$ 217 mil, são por manter em depósito subprodutos de animais (no caso a carne de jacaré), no criadouro e na pousada de Zahdi, sem autorização para isso. O terceiro auto de infração foi por transporte ilegal de animais e carne de jacaré, no valor de R$ 80 mil.
Zahdi tem até o dia 13 de setembro para recorrer das multas, aplicadas no dia 23 de agosto, quando o Ibama vistoriou o criadouro, após a ação da PF que prendeu o criador, a mulher dele e a filha.
O funcionário do Ibama é dono do criadouro, o único com autorização oficial no Estado, há mais de 15 anos. O Ibama diz que a atividade de criação de jacarés em confinamento está legal, mas Zadhi não tinha autorização nem para transportar nem para manter carne do animal estocada.
Os documentos do Ibama serão encaminhados à Polícia Federal para constar do inquérito por crime ambiental aberto contra ele.
Como foi-O criador, a esposa, Rosaura Dittmar Duarte, e a filha, A.K.B.Z., passaram a noite do dia 17 para 18 de agosto presos em Campo Grande e pagaram fiança de R$ 27 mil para deixar a prisão e aguardar a condução do inquérito em liberdade.
Primeiro, foi presa A.K., transportando no carro dois isopores com 43 cabeças de jacarés e 96 animais inteiros. No outro recipiente, estavam 11 pacotes plásticos, com aproximadamente um quilo de filé de jacaré cada um. Todo o material não tinha autorização ambiental ou documentação fiscal, conforme a PF.
No dia seguinte, após ser liberado, Zahdi deu entrevista ao Campo Grande News e disse envergonhado e deprimido pelo que ocorreu. Considerado referência no Brasil e fora do País na criação de jacarés do Pantanal, ele disse que faz tudo de acordo com as regras e que a falta de uma das licenças foi um “lapso”.
Além dos crimes ambientais, o inquérito aberto contra ele apura se houve algum tipo de benefício pelo fato de trabalhar no Ibama.