Exame diz que onça fujona está saudável, mas soltura ainda não tem definição
Está saudável a onça-pintada que no ano passado fugiu duas vezes do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande, o que aumenta as possibilidades de que ela mesmo solta na natureza. O Centro recebeu esta semana o último exame que faltava para atestar que, caso vá para o ambiente natural, o bicho não leve doenças perigosas para outros animais silvestres.
O teste em questão, feito em um laboratório de Curitiba, detectou que a onça não contraiu, no período em que esteve fugitiva, dois vírus que são comuns em gatos, o FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) e o FelV (da Leucose Felina). Cerca de 15% dos gatos doentes costumam apresentar esses vírus e se a onça estivesse com algum deles, não poderia ir para a natureza dado o risco de contaminar animais selvagens.
O coordenador do Cras, Elson Borges, informou que o resultado deu negativo e que, agora, fica faltando a chegada do rádio-colar que permite o monitoramento da onça via satélite para que a soltura dela possa ser concretizada.
Conforme Elson, a palavra final será do Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros), órgão ligado ao Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente), também responsável pelo fornecimento do colar.
Se o animal for de fato solto, será na Bacia do Paraná, de onde é originária.
Sobre a região onde o animal deverá ser solto Elson Borges informou que deverá ser na Bacia do Rio Paraná, onde foi encontrada.
A explicação do Cras é que, como a onça veio dessa região, não pode ser reintroduzida na natureza em outra parte do estado, para evitar misturas genéticas. A onça foi encontrada ainda filhote, em uma propriedade de Água Clara.