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Meio Ambiente

Fogo no “gargalo Paraguai” do Pantanal já engoliu 30 mil hectares

Incêndio na região da Serra do Amolar já dura seis dias e Corpo de Bombeiros diz que “ano promete” ser difícil

Por Gabriela Couto | 02/02/2024 15:53

Brigadistas do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), SOS Pantanal e Corpo de Bombeiros continuam combatendo o fogo na região da Serra do Amolar, no Pantanal de Corumbá, a 428 km de Campo Grande. Desde que um produtor rural fez uma queima atrás de uma das morrarias, no último sábado (27), já foram consumidos 30 mil hectares de terra.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, duas guarnições foram deslocadas para enfrentar os focos de incêndio na região. O efetivo flutua entre 8 e 12 homens trabalhando em sistema de revezamento. A guarnição, que iniciou as operações na noite de terça-feira (30), contou com a utilização de três tratores e ajuda de 10 funcionários de uma fazenda.

O GOA (Grupo de Operações Aéreas) foi acionado para monitorar o incêndio na Serra do Amolar e apoiar equipes em solo. As operações seguem em curso e sem previsão de controle da queimada. Uma densa fumaça predomina a região. Nenhum animal foi encontrado morto até o momento.

De acordo com o biólogo no IHP, Wener Hugo Moreno, a região funciona como uma barragem natural com a morraria que ocorre ao longo do Rio Paraguai. “A Serra do Amolar, na planície de inundação, funciona como um funil que controla o fluxo das águas norte-sul que moldam o atraso do pulso de inundação, assim inundando as diversas baías e lagoas que se encontram na região acima. Caracterizando assim o chamado gargalo Paraguai”, explica.

Fogo consome vegetação nativa às margens do Rio Paraguai, com a Serra do Amolar ao fundo (Foto: Corpo de Bombeiros)
Fogo consome vegetação nativa às margens do Rio Paraguai, com a Serra do Amolar ao fundo (Foto: Corpo de Bombeiros)

A preocupação do incêndio na região se deve ao fato de ser uma reserva da biosfera considerada Patrimônio Natural da Humanidade. O fogo fora de controle põe em risco todo o ecossistema, já que ocasiona perdas na diversidade ecológica transformando o habitat natural em algo diferente de sua característica.

Ainda não há a dimensão do impacto que este episódio poderá gerar neste santuário de biodiversidade. O local é a morada de animais ameaçados de extinção, como a onça-pintada, onça-parda, tamanduá-bandeira, catita, tatu-canastra e ariranha.

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