Incêndio que cobre 30 km avança em direção à aldeia indígena
Vice-líder indígena registrou altura das chamas em vídeo encaminhado à reportagem
As chamas, que mais cedo eram combatidas, avançaram até a comunidade ribeirinha Barra do São Lourenço, que abriga 22 famílias na região do Pantanal sul-mato-grossense, em Corumbá, distante 428 quilômetros de Campo Grande, durante o início da noite desta terça-feira (15).
Vídeo encaminhado à reportagem foi gravado pela vice-cacique Maria Guató, liderança da comunidade Guató da aldeia. Na gravação, ela mostra que os incêndios vêm agora à noite de Mato Grosso (Poconé) em direção a sua comunidade, em Mato Grosso do Sul.
"Boa noite, estou gravando esse vídeo para mostrar para vocês o fogo que chega em direção à nossa aldeia. Muito alto, muito grande, o barulho chega a assustar. É uma coisa muito horrível. Essa noite não vou dormir para ficar vigiando nossos bens. Que Deus mande uma chuva para melhorar e acalmar esse fogo. Daqui dá pra ver que atingiu o Morro de Caracará e está muito próximo da nossa aldeia", discorreu a vice-líder.
A fumaça é tanta que não há visibilidade para uso de aviões, segundo o coordenador do Ibama/PrevFogo em Mato Grosso do Sul, Márcio Yule. Pelo menos 40 homens atuam no combate, que precisa ser feito por terra e água, numa extensão de ao menos 30 km entre o Estado e Mato Grosso.
Mais cedo, Yule informou ao Campo Grande News que “[...] até então o acesso era exclusivo por aeronave, mas devido às péssimas condições de visibilidade, hoje não foi possível usar a aeronave e a incursão foi via fluvial”, disse.
O parque ainda é usado como base de apoio para os brigadistas sul-mato-grossenses que atravessam o Rio São Lourenço para atuarem no incêndio. O combate é feito por brigadistas do PrevFogo e pela Brigada Alto Pantanal.
O Corpo de Bombeiros de MS atua diretamente em outra área de incêndio, e informou à reportagem que equipes do PrevFogo estão no lado do MS, e equipes do ICMBio estão no lado do MT. “Ontem houve uma breve precipitação que ajudou a amenizar a intensidade dos focos. O CBMMS está acompanhando a situação e realizando o monitoramento da área”.
Segundo o IHP (Instituto Homem Pantaneiro) o grande incêndio de 30 km “ganhou proporção no dia 14/10 e neste dia 15/10 espalha uma grande quantidade de fumaça por toda a região, causando problemas para visibilidade na navegação e impossibilitando combate aéreo”.
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