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Meio Ambiente

Moradores de Corumbá sobem ao Cristo Rei para ter dimensão do fogo

Cerca de 10 pessoas estiveram no monumento e a fumaça dos incêndios podia ser avistada no horizonte

Por Mylena Fraiha e Gabriela Couto, enviada especial a Corumbá | 28/06/2024 19:10

“É triste ver nosso Pantanal queimando”, relata uma das moradoras de Corumbá, a 427 km da Capital, que subiu ao monumento Cristo Rei Pantanal, na tarde de hoje (28) para observar no horizonte o impacto das queimadas na região. Entre 1º de janeiro e 25 de junho de 2024, o número de hectares queimados já ultrapassa 530 mil, mais que o dobro do pior período da história.

Cerca de dez pessoas estiveram no local por volta das 16h, e a fumaça dos incêndios podia ser avistada no horizonte. Uma das pessoas que foi ao monumento ver os impactos das queimadas é a administradora corumbaense Inês Albuquerque, de 50 anos, que explica que durante todos esses anos em que morou na cidade, nunca viu um incêndio desta magnitude.

Inês explica que durante todos esses anos em que morou na cidade, nunca viu um incêndio desta magnitude (Foto: Alex Machado)
Inês explica que durante todos esses anos em que morou na cidade, nunca viu um incêndio desta magnitude (Foto: Alex Machado)

"A gente veio para ver como é que tá. É uma tristeza. A gente sempre tem algumas queimadas, mas desse jeito, é a primeira vez. A nossa cidade é linda, mas é triste ver o nosso Pantanal queimando. A gente tem esperança que recupere em breve", comenta Inês.

Thiago explica que as queimadas têm afetado a saúde de seus familiares (Foto: Alex Machado)
Thiago explica que as queimadas têm afetado a saúde de seus familiares (Foto: Alex Machado)

O engenheiro sanitarista Thiago Henrique Arguelho Villa da Silva, de 35 anos, subiu ao Cristo Rei Pantanal com seus filhos. Ele comenta que o incêndio tem sido mais intenso do que em outros anos. “Todo ano tem incêndio, mas esse ano está bem pior. Eu acredito que seja por causa da seca e do rio que está baixo.”

Ele também explica que as queimadas têm afetado a saúde de seus familiares. “Os meus tios e sobrinhos que têm problemas respiratórios estão sofrendo nesses dias. Mas estamos sofrendo num todo né,” aponta Thiago.

Com a chegada de reforços da FAB (Força Aérea Brasileira), Thiago espera que o combate aos focos de incêndio seja mais bem-sucedido. “Está complicado. Quando eu descobri que a aeronave chegou hoje, pensei que ela poderia ter chegado um pouco antes. Mas agora com esse combate mais efetivo, eu espero que melhore,” comentou.

Hanna Thaináé uma das pessoas que está com a saúde afetada pela fumaça dos incêndios (Foto: Alex Machado)
Hanna Thaináé uma das pessoas que está com a saúde afetada pela fumaça dos incêndios (Foto: Alex Machado)

A autônoma Hanna Thainá Garcia, de 28 anos, é uma das pessoas que também está com a saúde afetada pela fumaça dos incêndios. “Eu quase sempre venho para cá. Eu estava achando que havia diminuído um pouco da fumaça, mas percebi que hoje está bem cheio de fumaça. Eu fiquei muito ruim com essa fumaça, tive alergia, sem voz, então estava em casa bem ruim".

Hanna também explicou que está triste “há muito tempo” e que, embora seja algo comum na região, ela nunca se acostuma com a degradação do Pantanal. “Todo ano a gente vê queimadas, mas é difícil dizer que acostuma com algo assim. Porque não é algo da natureza só, sabemos que alguém colocou fogo. Aí pensar que alguém faz isso e nem pensa nos animais que morrem nessa queimada. Tem rio secando e peixes morrendo, não tem como se acostumar".

Devyd também foi ao Cristo Rei para ver de perto o impacto das queimadas (Foto: Alex Machado)
Devyd também foi ao Cristo Rei para ver de perto o impacto das queimadas (Foto: Alex Machado)

O militar Devyd Junior Cáceres de Amorin, de 18 anos, também foi ao Cristo Rei para ver de perto o impacto das queimadas. Ele destacou o contraste entre a festa do Banho de São João, que aconteceu entre 21 e 23 de junho deste ano, e a devastação do outro lado do rio Paraguai. “Tem prejudicado bastante a saúde das pessoas e isso é triste. Só que fiquei mais triste de ver que estava rolando um festança de São João, normal, enquanto do outro lado do rio [Paraguai] estava pegando muito fogo. E isso me deixou mais triste ainda".

Devyd menciona que já havia presenciado as queimadas em 2020, mas que neste ano, a situação parece pior. “As queimadas tinham acontecido, mas teve um controle sobre elas. Só que esse ano tá bem pior".

Queimadas podem ser vistas do alto do monumento Cristo Rei do Pantanal, em Corumbá (Foto: Alex Machado)
Queimadas podem ser vistas do alto do monumento Cristo Rei do Pantanal, em Corumbá (Foto: Alex Machado)

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