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Meio Ambiente

Moradores protestam contra mau cheiro gerado por empresa de compostagem

Há 470 ações na Justiça pedindo indenização, mas empresa alega que área é destinada a tratamento de resíduos

Caroline Maldonado e Cleber Gellio | 14/02/2022 11:40
Moradores da região, representantes da empresa e agente da perícia. (Foto: Divulgação/Assessoria Organoeste)
Moradores da região, representantes da empresa e agente da perícia. (Foto: Divulgação/Assessoria Organoeste)

Moradores do entorno do aterro sanitário, no Bairro Dom Antônio Barbosa, sofrem com o mau cheiro gerado por uma empresa de compostagem que fica na região. Eles moveram 470 ações individuais na Justiça, pedindo indenização de R$ 30 cada e, na manhã de hoje (14), fizeram protesto durante a visita da perícia feita pelo IPC (Instituto de Perícia Científica).

O resultado dessa perícia deve sair em dois meses e meio. O sócio proprietário da empresa de compostagem Organoeste, Flávio Pereira, permitiu a entrada dos moradores no local e disse que a área é reconhecida pelo município como uma zona de tratamento de resíduos, por isso, existe o mau cheiro. O local recebe 1,5 mil toneladas de resíduos por mês, de Campo Grande e do interior do Estado.

Moradores durante perícia na área da empresa Organoeste. (Foto: Divulgação/Assessoria Organoeste)
Moradores durante perícia na área da empresa Organoeste. (Foto: Divulgação/Assessoria Organoeste)

Segundo Flávio, a empresa é a única que faz compostagem orgânica no Estado e já tem um laudo de empresa do Rio de Janeiro que faz perícias e comprova que os níveis de odor estão abaixo do limite colocado por legislações internacionais, já que falta legislação nacional que regule o tema.

A empresa que fez o laudo é renomada e conhecida por  fazer laudos para Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e Petrobras, conforme o sócio-proprietário.

Sócio-proprietário da empresa de compostagem Organoeste, Flávio Pereira. (Foto: Cleber Gellio)
Sócio-proprietário da empresa de compostagem Organoeste, Flávio Pereira. (Foto: Cleber Gellio)

Ele explicou que Organoeste atua desde 2007 no ramo e desde 2012, já faz compostagem nessa área. Antes, a compostagem era feita em uma região do Indubrasil e no Bairro Dom Antônio, era feita a produção do adubo. Desde 2017, as reclamações quanto ao mau cheiro começaram porque a compostagem passou a ser feita ali, próximo ao aterro.

As empresas que trabalham com resíduos são alvos de ações desse tipo constantemente, apesar de trabalharem dentro da legalidade, segundo Flávio.

“Esse tipo de ação, no passado, já ocorria contra a empresa que faz a coleta de lixo de saneamento, quando a gente não fazia esse tratamento e, mais recentemente, a Organoeste tem sido alvo desse tipo de ação. Autorizei a entrada dos moradores para acompanharem como é o processo de produção do adubo. Deixo bem claro que a empresa é a única do Estado que faz a compostagem. A gente não gera nenhum tipo de resíduo, pelo contrário, a gente faz o trabalho de reduzir os resíduos gerados pela agroindústria”, argumentou.

Área da empresa de compostagem Organoeste, na região do Bairro Dom Antônio Barbosa. (Foto: Cleber Gellio)
Área da empresa de compostagem Organoeste, na região do Bairro Dom Antônio Barbosa. (Foto: Cleber Gellio)


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