Mortalidade de araras-azuis no Pantanal é tema de encontro na Capital
A mortalidade de araras-azuis no Pantanal é tema de um encontro que acontece até amanhã (27), em Campo Grande. Mais de 20 especialistas de órgãos defensores do Meio Ambiente estão reunidos no Instituto Arara Azul.
De acordo com a organização não governamental, em 2015 houve a morte de 18 indivíduos desta espécie em uma propriedade de MS e de 83 em três propriedades do Mato Grosso. Este ano, há novos relatos de perdas de 30 araras-azuis em uma propriedade do estado vizinho, o que tem preocupado autoridades, ambientalistas e pesquisadores.
“É algo inédito e impactante para esta espécie, que tem vida longa na natureza e baixa taxa de mortalidade. Isso exige atitudes imediatas na busca de um diagnóstico o mais rápido possível e na elaboração conjunta de um plano estratégico de emergência para impedir a continuidade destas perdas”, explica a presidente do Instituto Arara Azul, Neiva Guedes.
O Instituto Arara Azul que há 27 anos se dedica ao estudo da arara-azul na natureza, assumiu o papel de coordenação das informações, de comunicação com os órgãos públicos, veterinários, professores, pesquisadores e instituições envolvidas com a pesquisa e conservação.
Há dois anos, a equipe técnica do instituto foi a campo para diagnóstico e análises de possíveis causas que provocaram a morte desses indivíduos. Com apoio de parceiros foram feitas expedições em MS e MT para que ações sejam pautadas em elementos técnicos e científicos.
“Entramos em contato com vários órgãos para auxiliar nessa descoberta. A doutora Eliane Vicente, nossa pesquisadora associada, fez o exame pericial da primeira ave morta e outras sete foram necropsiadas pelo professor doutor Edson Moleta Coledol e sua equipe, da Universidade Federal de Mato Grosso. As amostras foram encaminhadas para a Universidade de São Paulo e enviadas para a Fiocruz e outros laboratórios conveniados para realizações de outros testes e exames”, destaca Neiva.
No encontro, estão sendo apresentados levantamentos e diagnósticos realizados por equipe de técnicos e cientistas de várias instituições. Após a análise de resultados, os representantes do Instituto Arara Azul, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e outras entidades determinarão um protocolo de ação para as possíveis ocorrências e definirão os próximos passos para a implementação de um Plano de Risco Ambiental, com atuações emergenciais para a prevenção das mortandades e para a proteção a arara-azul grande. O apoio para a realização do evento está sendo feito pelo Instituto Arara Azul, pela Fundação Toyota do Brasil e pelo Ministério do Meio Ambiente.