Mudas secam e pomar de guavira não vinga no Parque das Nações Indígenas
Sobraram as cercas que foram retiradas e amontoadas em meio ao gramado seco pela estiagem
O plano era passear pelo Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, e poder catar guaviras do pé, mas as árvores não vingaram. Na área em que os arbustos foram plantados, em 2022, restaram apenas algumas das cercas de proteção.
Nativa do Cerrado, a guavira é considerada fruta símbolo de Mato Grosso do Sul desde 2017. As 50 mudas foram colocadas pela startup BR Garden perto das quadras de areia do parque, em um espaço de 4,9 mil metros quadrados, na entrada da Antônio Maria Coelho, com a expectativa de ter frutos em 2025.
Infelizmente, naquele ponto do parque, as guaviras não “vingaram” e restaram apenas as cercas de proteção. Algumas estruturas também não resistiram e foram amontoadas em um canto ali perto, em meio ao cenário seco causado pela estiagem.
Para a reportagem, a empresa disse que não foi a responsável pelos trabalhos naquela área, mas em outra mais próxima da ponte, mesmo tendo a mesma estrutura de cercado. Sem se identificar, a atendente do viveiro explicou que é normal as folhas caírem nessa época do ano, para que brotem na temporada de chuvas.
O Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), responsável pela manutenção do parque, adiantou que enviou técnico na área para entender o que realmente aconteceu com a plantação, só que há complexidades na espécie que podem ter impedido a germinação plena.
Cada vez mais raro - O que antes era encontrado em diversos lugares de Campo Grande, virou artigo “raro” e precisa até ser importado do país vizinho. Como reportado pelo Campo Grande News ano passado, os comerciantes de guavira lamentam que o fruto esteja sumindo de Mato Grosso do Sul por causa das plantações de soja.
Esse “sumiço” da guavira já vem sendo anunciado há anos. Em 2020, os vendedores já relataram a dificuldade de encontrar o fruto. Na época, eles explicaram que a colheita já não era igual aos anos anteriores.
“A cada ano que passa, quando a gente volta para colher, tem menos pés. O dono da fazenda que autoriza a gente entrar para catar, este ano passou a máquina e derrubou a maioria para criar gado”, explicou Lucas Almada, que precisava ir até Bela Vista para pegar o produto.
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