Nova Estrada Viva começa a sair do papel para evitar mortes nas rodovias de MS
Prevenção para mitigar acidentes, salvar vidas de animais e humanos entram em projetos estruturantes
O Governo do Estado começou a implantar o plano de ação reformulado do Projeto Estrada Viva - a fauna pede passagem. O programa desenvolvido pela Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura), Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) e várias outras instituições do terceiro setor, garantiu mudanças nos projetos das próximas obras no Estado.
É o que conta o diretor de empreendimentos viários, Dalvim Romão Cezar Junior, que aposta neste caminho para que a redução do índice de acidentes por atropelamento de animais ocorra nas rodovias do Estado.
“Competirá à Agesul, durante as fases de desenvolvimento dos projetos e de execução das obras, a implementação das medidas de preservação, tanto de vidas humanas como da fauna de animais silvestres. A expectativa é que estas medidas sejam implantadas desde a concepção nos novos projetos em desenvolvimento, e para aplicação prática em algumas das obras já em execução, afim de terem sua funcionalidade validada durante a vida útil do empreendimento. ”
O diretor de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho, Pedro Celso de Oliveira Fernandes, explica que o Estrada Viva existe há seis anos, mas com a gestão de Eduardo Riedel ganhou um novo patamar.
“A reunião foi proveitosa, trabalhamos nessa área ambiental há muitos anos e o projeto estrada viva nasceu em 2015 para o monitoramento de fauna silvestre e agora receber um gás muito grande, depois que o secretário Riedel entendeu do alcance e do valor da iniciativa. É a célula principal, o ponto de partida, são parâmetros, trabalhamos junto para ter um manual de diretrizes”, destacou.
A união das ONG's com o Governo do Estado foi fundamental para começar a mudança na realidade da chacina dos animais silvestres que os turistas viam nas estradas. “O ICAS, junto com a Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira, trabalha desde 2013 para a conservação da fauna brasileira, hoje, com o Bonito Não Atropela, formada por um conjunto de ONG’s, alinhamos com a Agesul para implantar medidas mitigatórias e salvar vidas, e claro das pessoas que se acidentam. Estamos gratos por essa oportunidade de trabalhar em equipe junto com a Agesul, para atuar com a junção de dados e criar estratégicas”, disse o diretor do Instituto de Conservação de Animais Silvestres, Arnaud Desbiez.
A bióloga Erica Saito também falou dos desafios em relação a este tema. “A questão de não ter medidas de mitigação para colisão na estrada é perigosa. Precisamos traçar uma estratégia, para reduzir essas colisões, protegendo a fauna a biodiversidade, essa parceria é proveitosa, traçando plano de ação, para deixar as estradas mais seguras”.
Programa - O Estrada Viva - a fauna pede passagem é um programa permanente de monitoramento e ações de redução de atropelamento de animais silvestres nas rodovias MS-040, MS-178, MS-382 e BR-359, desenvolvido desde 2015 em parceria com o Cemap (Centro de Estudo em Meio Ambiente e Áreas Protegidas) da UEMS.
As equipes catalogam as espécies atropeladas e identificam os principais pontos de passagem dos animais para propor medidas preventivas e de mitigação dos incidentes. Desde abril deste ano, a iniciativa vive um momento diferente, ampliando sua participação e assertividade, com a participação de ONG’s e da comunidade científica para decidiu, além de ampliar o alcance do programa, e inseri-lo ‘literalmente’ no DNA dos projetos de infraestrutura que envolvem estradas e rodovias, conforme decisão do secretário de Infraestrutura, Eduardo Riedel.
"Essas medidas que estamos adotando precisam ser ampliadas tanto para a segurança humana como da nossa fauna silvestre. Quando usamos o diálogo como ferramenta para decisões, tudo flui de forma muito eficiente e é, por isso, que agora, o Estrada Viva é composto pelo terceiro setor, que atua na ponta para a proteção animal, da comunidade acadêmica, por intermédio da UEMS, que tem feito uma pesquisa surpreendente e pela Agesul, que vai incluir em seus projetos essas práticas, esses modelos de proteção animal. É uma iniciativa que nos dá muito orgulho”, acrescentou Riedel, que é também biólogo de formação.
A assessora jurídica da Seinfra, incumbida da gestão do projeto nesta nova fase, Maria Fernanda Balestieri, acrescenta: “O olhar sensível é o ponto principal para a mudança desse cenário, tão alarmante e tão preocupante. Isso levou à adoção de uma política de empreendimentos viários sustentáveis que fará toda diferença, tanto para a segurança das pessoas quanto para a biodiversidade do nosso Estado. O governo tem uma programação grande de obras e os próximos projetos já contarão com as medidas de mitigação. É uma semente plantada.”