Onça fujona é solta na natureza e será monitorada via satélite
Animal fugiu duas vezes do Cras
A onça-pintada que ficou famosa por fugir várias vezes do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) foi solta na manhã desta terça-feira na natureza.
A equipe que fez a soltura não divulgou a região em que o animal, uma fêmea de 1 ano e quatro meses e 58 quilos, foi deixado. Os especialistas temem que isso possa colocar em risco a vida dele. “É um local similar ao seu habitat, de onde ele é proveniente”, garantiu Peter Crawshaw, especialista em felinos do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade.
Segundo ele, não é comum a soltura de felinos que ficaram por longos períodos em cativeiro, mas essa onça em especial provou ter condições de ser inserida novamente na natureza. “Ela é um predador oportunista. Ela é uma lutadora. No período em que esteve foragida mostrou que é capaz de sobreviver. Ela até engordou”, relatou o especialista.
Antes da soltura, uma coleira com rádio transmissor foi colocada no animal para que ele seja monitorado. Com esse equipamento, os especialistas saberão a localização exata da onça, já que a transmissão de dados é feita via satélite. “Com o rádio transmissor podemos saber de todo o movimento do animal, se ele está morto”, explicou relatando que é a primeira vez no Brasil que um animal é submetido a este tipo de monitoramento.
Mesmo com toda essa tecnologia, uma equipe formada por especialistas do Cras e do Centro Especializado de Pesquisas de Mamíferos Carnívoros irá realizar o acompanhamento do animal in loco.
Fugas – A primeira fuga do animal das dependências do Cras aconteceu no dia 29 de outubro do ano passado. A situação provocou até o fechamento do Parque do Prosa. Foi realizada uma operação de busca com policiais militares ambientais, técnicos do Cras e mateiros, homens acostumados a lidar com esse tipo de animais nas fazendas.
Quase dois meses depois, foi recapturada, mas ficou na jaula apenas dois dias. No dia 30 de dezembro, novamente fugiu e foi recapturada só dois meses depois. O caso das duas fugas é inédito no país, assim como uma eventual readaptação de filhotes de onça-pitada a natureza.