Plano para coleta seletiva “decolar” busca condomínios e novos pontos
Estudo conferiu também o que o campo-grandense descarta na coleta comum e na seletiva
Com baixa adesão, a coleta seletiva tem um plano preliminar, válido para os próximos 20 anos, discutido neste sábado (dia 30) em Campo Grande. Apresentada durante conferência municipal, a proposta quer incluir mais duas modalidades de coleta seletiva, ampliar em 187% os pontos de entrega voluntária e que os agentes de saúde também façam a propaganda do serviço pelos bairros. Em 2037, a intenção é de que a coleta seletiva chegue a 159 toneladas.
O levantamento – feito desde 2015 pela empresa Deméter Engenharia – aponta que em julho deste ano a coleta seletiva chega a 170.347 domicílios em 64 bairros, num total de 454.970 habitantes. Ou seja, metade da população da cidade, que é de 874.210 habitantes.
A proposta é que além da coleta seletiva de porta em porta e da entrega nos LEV (Locais de Entrega Voluntária), sejam implantados mais duas modalidades: coleta seletiva em espiral (com galpões em vários pontos) e coleta nos condomínios residenciais.
Para os LEV, a sugestão é de que os recipientes sejam trocados por modelos fechados, preservando o conteúdo das intempéries climáticas. No plano de expansão, a proposta é que os LEV sejam ampliados de 108 para 310, com capacidade de recolher 14 toneladas por dia em 2037. Na coleta porta a porta, o plano é aumentar a taxa de adesão, dos atuais 30% para 81% em duas décadas.
O estudo conferiu também o que o campo-grandense descarta na coleta comum e na seletiva. Foram encontrados papelão, alumínio e muito plástico no lixo “comum”. Outros 46,84% são orgânicos, mas também com possibilidade de reciclagem, e 16,60% são de rejeitos (com destino ao aterro).
Do material que chega à UTR (Unidade de Triagem de Resíduos), 76,43% tem potencial de reciclagem. Contudo, nem todos têm mercado para venda, como o vidro. Outra situação preocupante é a presença de 1,43% de resíduos sanitários.
A versão preliminar do plano de coleta seletiva é discutida na universidade Estácio de Sá, na avenida Fernando Corrêa da Costa. “Precisamos juntar forças, olhares. Para que a construção desse plano seja o mais próximo da realidade e necessidade que nós temos”, afirma a diretora-presidente da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), Berenice Maria Jacob Domingues.