Responsável por incêndio no Pantanal, Rumo já foi multada em 64,5 milhões
Empresa que administra a ferrovia que passa pelo bioma, em MS, tem histórico de infrações ambientais
Não foi a primeira vez que a Rumo, que administra a ferrovia no Pantanal, foi multada pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Além dos R$ 57,7 milhões que terá que pagar por causar um incêndio no bioma, em Corumbá, a empresa soma ao menos R$ 64,5 milhões em multas ambientais nos últimos dez anos.
O levantamento feito pela Folha encontrou punições já pagas e outras ainda em aberto no sistema do Ibama. A busca apontou que a empresa recebeu duas multas também em Corumbá, que somam quase R$ 33 milhões, em março de 2023.
Na ocasião, o Ibama encontrou trilhos de ferro e dormentes de madeira jogados em um córrego. A empresa também cometeu crimes ambientais em outros dois biomas: Mata Atlântica e Cerrado. A maioria das situações ocorreram no interior do estado de São Paulo.
Histórico - Incêndio devastador, iniciado por uma faísca durante a manutenção de trilhos da Rumo Malha Oeste, destruiu 17.817 hectares do Pantanal na última semana e resultou em multas de R$ 57 milhões para a empresa, a maior administradora de ferrovias do país. O fogo começou em 16 de agosto na região de Porto Esperança, em Corumbá, e levou seis dias para ser controlado, atingindo 12 imóveis rurais.
O incêndio começou quando fagulhas, geradas durante o uso de uma serra policorte na manutenção dos trilhos, entraram em contato com a vegetação seca ao redor da ferrovia. A equipe de manutenção tentou conter o fogo com os equipamentos disponíveis, mas as chamas rapidamente se espalharam devido às condições climáticas críticas do período, marcadas por baixa umidade, altas temperaturas e ventos fortes.
As multas aplicadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), devido aos danos causados ao bioma e ao descumprimento das condicionantes de seu licenciamento ambiental, foram distribuídas em dois autos de infração. A primeira, de R$ 50 milhões, refere-se ao dano ambiental causado pela destruição da cobertura vegetal do Pantanal.
A segunda, no valor de R$ 7.510.500, foi aplicada pelo descumprimento das condicionantes estabelecidas no licenciamento ambiental da Rumo Malha Oeste. Estas condicionantes incluem a obrigatoriedade de medidas preventivas, como a limpeza da vegetação ao redor dos trilhos e a disponibilidade de equipamentos adequados para combater incêndios.
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