Senado sugere mais recursos e 'práticas sustentáveis' para o Pantanal
Documento foi relatado pelo senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad e foi finalizado na quinta-feira
O relatório final da comissão externa do Senado que avaliou a situação da vegetação pantaneira durante o recente período em que o bioma foi alvo de intensas queimadas sugeriu a aplicação de mais recursos para contenção de chamas e contratação de brigadistas, além de "práticas sustentáveis" aliadas à agropecuária.
Sob relatoria do senador sul-mato-grossense Nelsinho Trad (PSD), o documento foi aprovado por unanimidade e contém sugestões também de recuperação econômica para a região do Pantanal de forma que a tragédia de 2020 não se repetisse.
A criação de brigadas de incêndio permanentes e reservatórios de água na região, além de um Conselho do Pantanal, constam entre as sugestões do relatório. O documento aponta também para a necessidade de instalação de Cetas (Centros de Triagem de Animais Silvestres) do Ibama em todo o Pantanal.
Para reforçar o setor econômico, foi sugerida a abertura de crédito adicional no orçamento do Governo Federal, criando a partir de então uma linha de crédito emergencial para o Pantanal, dentro da estrutura já existente e utilizada do FCO (Fundo Constitucional do Centro-Oeste).
Outro fundo também foi pensado para a região, o Fundo Pantanal, mas que ficaria sob gestão do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ou de outra instituição financeira oficial, nos moldes do Fundo Amazônia.
Estimativas indicam que a área queimada somente em 2020 supera em dez vezes toda a área devastada no Pantanal entre 2000 e 2018. Segundo o INPP (Instituto Nacional de Pesquisas do Pantanal) e a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), 23 mil km² foram queimados neste ano.
Já segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), entre 2000 e 2018 foram 2,1 mil km² devastados. Para Nelsinho Trad, mais do que cobrar ações e acompanhar a execução de ações emergenciais dos poderes e órgãos públicos, a atuação dessa comissão visou apresentar soluções efetivas.
Contraponto à Câmara - Já o relatório da Câmara dos Deputados apontou para outro lado, indicando que as chamas no Pantanal tem como principal causa a ação humana, devido a prática comum de incêndios na região que acabando saindo do controle.