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Meio Ambiente

Sol vermelho, a beleza no céu da Capital influenciada pela seca e poluição

Apesar da beleza visual, representa risco à saúde da população

Por Silvia Frias | 06/09/2024 08:38
Às 7h de ontem, o Sol vermelho ainda era visto no céu de Campo Grande (Foto: Silvia Frias)
Às 7h de ontem, o Sol vermelho ainda era visto no céu de Campo Grande (Foto: Silvia Frias)

Nos últimos dias, o Sol mais avermelhado que perdurou durante boa parte da manhã, chamou a atenção em Campo Grande. Apesar da beleza, o fenômeno chega fora de hora e se dá em decorrência da camada de poluição e da fumaça, partículas de dióxido de carbono da queima de matéria orgânica nos incêndios florestais que acontecem na Amazônia e na Bolívia.

“Apesar de ter essa beleza visual, significa que tem poluentes na atmosfera nocivos à saúde”, explica o o professor Widinei Alves Fernandes, coordenador do Laboratório de Ciências Atmosféricas) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).

A luz que vem do Sol é chamada de luz branca, sendo somatório de todas as cores do arco-íris. Cada uma delas tem uma frequência e, quando entram na atmosfera, encontram gases e partículas, ocorrendo o que se denomina espalhamento de Rayleigh.

Segundo o professor, vão ser espalhadas as frequências menores, como as de cor violeta, azul, verde ou amarela. As que tem maior comprimento de onda, e que se espalham menos são de cores vermelhas e alaranjadas.

Na manhã desta sexta, Sol com tonalidades vermelha e alaranjada (Foto: Henrique Kawaminami)
Na manhã desta sexta, Sol com tonalidades vermelha e alaranjada (Foto: Henrique Kawaminami)

Regularmente, essas cores são vistas logo no nascer do Sol e no fim da tarde, quando a luz percorre camada maior na atmosfera, interagindo com mais partículas que estejam em suspensão. Porém, em ambiente poluído, o vermelho mais forte pode ser visto, como em Campo Grande, perdurando por período prolongado no início da manhã.

A seca é outro fator que influencia na aparição do fenômeno, já que a chuva e o vento "limpam" as partículas de poluição da atmosfera.

“Esse efeito vai perdurar enquanto a fumaça estiver na região”, disse Fernandes. A névoa branca oriunda dos incêndios florestais foi desviada por conta da passagem de frente fria, que desviou do corredor onde se concentrava, em Corumbá, Bolívia e no Paraguai.

A previsão, segundo Fernandes, é que o fenômeno deve sair quase por completo a partir de amanhã, depois da passagem desta frente fria, se concentrando novamente na região de Corumbá.

A previsão para a próxima semana é de altas temperaturas, podendo chegar a 43ºC e umidade de 5% a 20%, segundo previsão da meteorologista Valesca Fernandes, feita durante a live semanal do governo estadual para divulgar o trabalho da Operação Pantanal.

Até agora, foram consumidos 25,47 milhões de hectares do bioma em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, 16,88% do total da área pantaneira.

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