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Meio Ambiente

Vídeo mostra perseguição a sucuri de 5 metros que engoliu capivara

Luciana Brazil | 17/09/2014 16:45
Cobra estava cheia e por isso grupo aproveitou para perturbar o animal. (Foto: Facebook)
Cobra estava cheia e por isso grupo aproveitou para perturbar o animal. (Foto: Facebook)
Homem segura várias vezes rabo do animal que tenta fugir. (Foto: Divulgação)
Homem segura várias vezes rabo do animal que tenta fugir. (Foto: Divulgação)

Um vídeo com mais de seis minutos de duração, publicado na noite de ontem (17), no Facebook, mostra um trio perseguindo uma cobra sucuri de cinco metros de comprimento, que havia, segundo eles, comido uma capivara. Um deles chega a puxar o réptil pelo rabo várias vezes e cutucar o animal com o remo do barco onde estão. Tudo aconteceu no Rio Santa Maria, em Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande.

O vídeo já foi compartilhado 16 mil vezes, em menos de 24 horas. Segundo o major da PMA (Polícia Militar Ambiental), Edmilson Queiroz, a atitude configura crime ambiental. A lei proibe manipular animais silvestres. Os responsáveis pelo vídeo serão localizados e autuados administrativamente em R$ 5 mil, cada um. Eles ainda responderão por crime ambiental, cuja  pena é de até um ano de detenção.

Nas imagens, é possível ver que a sucuri, acabou de se alimentar e está com a barriga cheia, o que evitou um possível ataque do animal, já que quando estão com fome costumam ficar mais agressivas. A cobra tenta se esconder do barco nas margens do Rio, mas, pelas imagens, o grupo insiste em perturbar o animal.

O vídeo de ontem foi publicado na pagina do Facebook no perfil de Sirlei Oliveira, a mulher que se ouve durante a gravação. Por telefone, ela conversou com o Campo Grande News. “Eles são muito corajosos porque eu fiquei com muito medo. Mas eles só queriam brincar e mostrar para os meninos que tinham encontrado a sucuri”, disse Sirlei. Na postagem, ela faz questão de dizer que tudo foi apenas uma brincadeira e que não houve maus-tratos.

O homem que aparece segurando o animal é Rodrigo de Miranda Santos, 38 anos. Morador de Maracaju, ele disse que foi a primeira vez que encontrou uma sucuri, apesar de pescar com frequência no rio. Ao encontrar a cobra, ele viu que o animal havia se alimentado recentemente. “Eu sei quando ela está cheia, ela não ataca, só por isso mexemos nela. Mas só seguramos e depois soltamos”. No entanto, é possível ver várias vezes Rodrigo segurando a cobra.

Barriga cheia - Segundo Rodrigo, era possível ver claramente que a sucuri tinha acabado de comer uma capivara. “Dava para ver direitinho as três unhas da capivara na barriga dela”, lembra. Questionado pela reportagem se em algum momento a questão ambiental pesou na decisão de mexer com o animal, ele disse que só depois pensou nisso. "Depois que fizemos, falamos sobre isso", lembra.

Crime-  Conforme a Lei de Crimes Ambientais de 1998, é crime matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida. A pena pode varia de seis a um ano de detenção, podendo ser revertida em penas alternativas.

Segundo o major Queiroz, no ano passado, um homem foi multado em R$ 5 mil e teve que cumprir penas alternativas depois de divulgar um vídeo onde aparece manipulando uma sucuri, também em Maracaju. 

Logo após a publicação da matéria, o vídeo foi excluído da página pessoal de Sirlei Oliveira. (Matéria editada às 17h54 para acrescentar a informação.)

Veja o vídeo abaixo:

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