“Nunca vi marcha da jararaca”, diz vereador contra a liberação da maconha
Eduardo Cury comparou o Canabidiol - componente da erva - ao veneno de serpente usado para a fabricação de medicamento que regula pressão arterial
O vereador Wellington Oliveira (PSDB) usou a tribuna na sessão desta terça-feira (19) para alertar sobre os problemas causados pelo uso da maconha na adolescência e cobrar políticas públicas para o combate ao uso de drogas. Durante a fala do colega, o vereador Eduardo Cury (Solidariedade) se posicionou contra a “Marcha da Maconha” e comparou o Canabidiol ao veneno da jararaca.
Wellington apresentou dados sobre os malefícios do uso da erva na adolescência e pontou que o futuro é incerto se os jovens não foram protegidos.
“Estudos apontam que adolescentes que usam maconha tem 37% de chance a mais de desenvolver depressão na idade adulta e 50% de cometer o suicídio. Se não tiver políticas públicas para o combate ao uso de drogas não vamos avançar. Precisamos de prevenção mais do que qualquer outra coisa. Ou começamos a cuidar de nossos amados ou não teremos um futuro promissor. Os adolescentes de hoje serão esses adultos com depressão e por isso que o Projeto de Lei 9192/19 quer obrigar palestras sobre as drogas”, finalizou.
Entre os exemplos em Campo Grande, o parlamentar lembrou do caso do jovem que após uso de maconha e chá de cogumelo se jogou de um pontilhão.
Médico hebiatra – de crianças e adolescentes - o vereador Eduardo Cury (Solidariedade) se colocou contra a “marcha da maconha” e pontuou que de 400 componentes da maconha, apenas, um é medicinal. Ele ressaltou que o medicamento para regular pressão, o captopril, vem do veneno da jararaca, mas nunca viu a marcha para liberar as jararacas.
“Eu como médico de crianças e adolescentes, vivo de uma forma muita intensa essa questão é me coloco contra a Marcha da Maconha. Existe um medicamento muito importante na erva que é o canabidiol. Dos 400 componentes da erva, apenas, o canabidiol serve como medicamento. O captopril vem do veneno da jararaca e eu nunca vi marcha pra liberar a jararaca. Quer a liberação? Libera o canabidiol. Vamos parar de ser cínicos. É tudo mentira de quem defende. Eles querem dopar e drogas a população”, desabafou o parlamentar.
Também da área da medicina, o vereador Wilson Sami (MDB) comparou a maconha a doença de “Chagas”. “Todo projeto para acabar com essa “Chagas” é bem-vindo, mas temos que parar de tentar tapar o sol com a peneira. A única forma de combater o uso de drogas ou resgate de viciados é a criação de uma secretaria municipal de drogas. Uma secretaria que dê socorro às unidades terapêuticas, que faça um trabalho de resgate das famílias”, frisou.
O vereador também defende a prevenção desde a infância. “Essas crianças aprendem tudo e eu tenho certeza que na adolescência elas saberiam dizer “não”. Temos que trabalhar a prevenção se eles jogam vídeo game com 2 anos de idade com certeza saberão o que a droga causa”, disse.
Jeremias Flores, eleito vereador pelo Avante, também cobrou políticas políticas públicas de prevenção e pontuou que a porta para o uso de drogas é a maconha. “Essa “porta”chamada maconha só traz desgraça. Não conheço benefício a sociedade”, disse o vereador.