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Política

Aliado de Cunha, Marun diz que 'devem ter havido motivos' para prendê-lo

Ricardo Campos Jr. | 19/10/2016 14:48
Cunha embarca para Curitiba em avião da Polícia Federal (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Cunha embarca para Curitiba em avião da Polícia Federal (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

A prisão do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) é apenas um desfecho do processo que constrangeu e manchou a imagem do PMDB, na opinião de lideranças e políticos do partido em Mato Grosso do Sul. Até um de deus principais aliados, o deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), diz acreditar que "devem ter havido motivos" para prender o ex-parlamentar.

Parara o presidente do diretório estadual do PMDB em Mato Grosso do Sul, deputado estadual Junior Mochi, Cunha ele faz parte de uma “banda podre” da legenda.

“Esses caras que usam o espaço de poder para ferir. Acho que se eles são responsáveis pelos seus atos, têm que pagar. Para mim, a prisão do Cunha não muda nada, pois ele já estava fora do poder. Já tinha o fato de ele ter dado prejuízo à imagem do partido. É um ato subsequente. Pior foram os atos que geraram a prisão”, opina o líder peemedebista, também presidente da Assembleia Legislativa.

Segundo Mochi, os fatos que motivaram o juiz federal Sérgio Moro a decretar a preventiva do ex-parlamentar já eram conhecidos e por isso a decisão não surpreende. “Todos já esperavam um desfecho desses, mais do que ele fez, e depois de toda essa discussão, isso é só uma sequência daquilo que já aconteceu”, pontua.

O deputado federal Carlos Marun (PMDB-MS), um dos principais aliados e defensores de Cunha na Câmara dos Deputados, concorda que a atitude do ex-deputado constrangeu o PMDB, mas afirma que a prisão é uma situação mais jurídica do que política. “Não tenho como fazer uma avaliação. O Ministério Público Federal e a defesa vão ter seus argumentos”, afirma.

“A situação de constrangimento já aconteceu e agora tem que esperar o fim do processo. O que tinha que constranger o partido já constrangeu. A prisão preventiva é uma medida extrema, acredito que devem ter havido motivos”, afirma.

Transferência – Cunha foi detido em Brasília elevado em um jato da Polícia Federal para Curitiba, onde as investigações estão concentradas. O apartamento dele na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, foi alvo de um mandado de busca e apreensão.

O ex-parlamentar, cassado em setembro, é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

Segundo o Portal G1, o MPF (Ministério Público Federal) entende que, em liberdade, Cunha representa risco à instrução do processo e à ordem pública, pois há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior e da dupla nacionalidade, já que ele tem passaporte italiano.

Os advogados do ex-deputado enviaram uma carta à imprensa nacional classificando a decisão como absurda, sem motivação e usando argumentos de uma ação cautelar extinta pelo STF (Supremo Tribunal Federal), bem como fatos de investigações que não estão sob jurisdição de Moro, não sendo, por isso, competente para deliberar sobre o assunto. Afirma ainda que as medidas para enfrentar a detenção serão tomadas.

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