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Política

Alvo de várias ações, Olarte se afasta da política e diz focar na defesa

Entre os processos que enfrenta, há investigação sobre lavagem de dinheiro, excesso de comissionados, cassação de prefeito, entre outros

Mayara Bueno | 24/04/2018 17:58
Porta de entrada para sala de audiência no TJMS. (Foto: Mayara Bueno).
Porta de entrada para sala de audiência no TJMS. (Foto: Mayara Bueno).

Longe do cenário político desde 2015, quando foi afastado, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Antues Olarte, disse que o plano este ano é se dedicar às defesas nos processos que enfrenta na Justiça.

"Conhecemos nossa inocência em todos os processos, sejam cíveis ou criminais. Temos certeza, que, na hora certa, correndo todas as nossas possibilidades, vamos ter êxito. Vamos cuidar só da nossa defesa", respondeu quando questionado sobre os planos políticos para este ano.

Nesta terça-feira (dia 24), Gilmar Olarte participou da audiência de instrução na 1ª Vara de Direitos Difusos e Coletivos Homogêneos, na ação movida pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) contra a criação do Cempe (Centro Municipal Pediátrico), a unidade de saúde que funcionou por pouco mais de um ano no prédio do antigo Hospital Sírio Libanês, na avenida Afonso Pena, na época em que chefiou o município.

Reforçando o distanciamento político este ano, o ex-prefeito afirmou não está filiado a nenhum partido. Pouco depois de seu afastamento da prefeitura, Olarte deixou o PP e migrou, na ocasião, para o Pros.

Ex-prefeito da Capital, Gilmar Olarte, em entrevista. (Foto: Mayara Bueno).
Ex-prefeito da Capital, Gilmar Olarte, em entrevista. (Foto: Mayara Bueno).

Processos - Desde que deixou o cargo, o ex-chefe do Executivo municipal responde a diversas ações na esfera judicial.

Tem ação - que inclusive gerou determinação de pagamento de R$ 100 mil, por parte de Olarte - sobre "inchaço" na administração municipal com excesso de nomeações entre maço de 2014 e agosto de 2015.

Também está relacionado em ação que investiga crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. A investigação gerou a Operação Pecúnia, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Com base em documentos apreendidos, em agosto de 2015, os investigadores apontaram a aquisição de bens no montante de R$ 4.190.500. Ocorre que foram pagos R$ 2.863.000 e as parcelas restantes deixaram de ser quitadas assim que Gilmar Olarte deixou a prefeitura,em agosto de 2015.

Em uma das ações, o ex-prefeito foi condenado a prisão, mas ainda tem direito de recorrer às outras instâncias em liberdade. Neste caso, trata-se de processo em que foi acusado de pegar folhas de cheque "emprestadas" de fieis da igreja Assembleia de Deus, antiga Nova Aliança – daí o nome dado à primeira operação do Gaeco - e trocar por dinheiro com agiotas.

Um das principais, a Coffee Break, o MP apontou conluio entre políticos e empresários visando a cassação do mandato do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), em 2014.

Fachada do Cempe, quando unidade já estava desativada.(Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).
Fachada do Cempe, quando unidade já estava desativada.(Foto: Marcos Ermínio/Arquivo).

Cempe - Sobre o Centro Municipal, cuja audiência ocorreu hoje, o principal questionamento na Justiça foi em relação à descentralização do atendimento pediátrico, na ocasião.

Olarte afirmou que, mesmo com a criação do Cempe, as UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) continuaram atendendo. Ou seja, não houve descentralização. Também lembrou à Justiça que a Câmara Municipal de Campo Grande aprovou a criação e também autorizou os remanejamentos de recursos destinados ao centro.

"Os cidadãos que precisavam continuaram a ser atendidos nas unidades e nós ampliamos com alta resolutividade, com internações, tomografia, radiografia, dando resposta rápida. Esse foi nosso projeto, atender melhor o cidadão e não descentralizar o atendimento".

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