ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  02    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Nova decisão do TJ confirma liberdade para Olarte continuar recorrendo

Desembargadores rejeitaram argumentos para anular julgamento, mas Olarte ainda fica em liberdade porque ainda pode recorrer a outras instâncias

Anahi Zurutuza | 13/09/2017 12:07
Sede do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Sede do Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Desembargadores da Seção Especial Criminal, por maioria, negaram o pedido de anulação do julgamento que condenou o ex-prefeito Gilmar Olarte a oito anos e quatro meses de prisão. O pastor evangélico e contador, entretanto, ainda tem direito de recorrer as outras instâncias em liberdade, segundo o advogado dele, o criminalista Renê Siufi.

A defesa argumentou que o julgamento foi nulo porque teve várias falhas. Dentre elas, a sentença foi dada quando Olarte já havia renunciado ao cargo de prefeito e por isso o TJMS não seria o órgão competente para julgá-lo. Os advogados argumentam que ele, portanto, teria direito a ser julgado pela 1ª instância.

Outro argumento era o cerceamento da defesa, uma vez que no julgamento Renê Siufi não estava presente e portanto, não pôde fazer a sustentação oral.

Na sessão desta quarta-feira (13), o relator do processo, desembargador Luiz Cláudio Bonassini, negou todas as alegações. A primeira, porque segundo ele o STF (Supremo Tribunal Federal), “o intérprete máximo da Constituição Federal)”, entende que a renúncia “só produz efeito se acontecer até o ultimo momento anterior a intimação dos réus para a apresentação das alegações finais”. 

Bonassini lembrou que Olarte e os co-réus no processo de corrupção e lavagem de dinheiro “foram intimados para as alegações finais, mais de um ano antes do julgamento proferido pelo Tribunal”. Para o relator, a renúncia foi estratégia da defesa para que o pastor “fugir do julgamento”.

Outros seis desembargadores, dos 12 que compões a Seção Especial Criminal, acompanharam o voto de Bonassini.

O ex-prefeito GIlmar Olarte durante uma das operações das quais foi alvo. (Foto: Arquivo)
O ex-prefeito GIlmar Olarte durante uma das operações das quais foi alvo. (Foto: Arquivo)

Recursos – Olarte continua em liberdade enquanto estiver recorrendo da sentença. Contudo, Ele é monitorado hoje por tornozeleira eletrônica, restrição aplicada em outro processo.

O advogado Renê Siufi diz que vai espera a publicação do acórdão e recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ele também já ingressou com um mandado de segurança no Órgão Especial do TJMS. “O Órgão Especial julgando o mandado de segurança, nós entendemos que anula essa decisão”, afirmou.

Os crimes – O pastor foi acusado de pegar folhas de cheque “emprestadas” de fiéis da igreja Assembleia de Deus, antiga Nova Aliança – daí o nome dado à primeira operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) contra ele, a Adna –, e trocar por dinheiro com agiotas.

O prejuízo para as vítimas, conforme apurou o MPMS somou ao menos R$ 800 mil.
Para a acusação, o valor foi arrecadado para quitar dívida da campanha eleitoral de 2012, quando o pastor fundador da Adna em Campo Grande, candidatou a vice-prefeito na chapa de Alcides Bernal (PP).

Pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Olarte foi condenado a oito anos e quatro meses de prisão no dia 24 de maio deste ano.

Nos siga no Google Notícias