ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  02    CAMPO GRANDE 24º

Capital

TJ decide nesta 4ª feira se Gilmar Olarte será preso por corrupção passiva

Desembargadores julgam recurso contra julgamento de maio, que condenou o ex-prefeito a oito anos e quatro meses de reclusão

Anahi Zurutuza | 23/08/2017 08:32
Gilmar Olarte quando foi preso pelo Gaeco no dia 15 de agosto de 2016, alvo da operação Pecúnia (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)
Gilmar Olarte quando foi preso pelo Gaeco no dia 15 de agosto de 2016, alvo da operação Pecúnia (Foto: Fernando Antunes/Arquivo)

Desembargadores da Seção Especial Criminal do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) julgam nesta quarta-feira (23) recurso do ex-prefeito Gilmar Olarte contra o julgamento que o condenou a oito anos e quatro meses de reclusão em regime fechado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O parecer sobre apelação será na sessão que começa às 9h. Na Justiça estadual, esta é a última chance de Olarte não ir para a prisão.

Antes do julgamento, por duas vezes, a defesa de Olarte tentou tirá-lo “da mira” do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul. Mas, no dia 24 de maio, ele foi julgamento pelo “golpe do cheque em branco”, investigado na Operação Adna, a primeira que teve o pastor evangélico e contador como principal alvo.

O ex-prefeito foi acusado de pegar folhas de cheque “emprestadas” de fiéis da igreja Assembleia de Deus, antiga Nova Aliança – daí o nome dado à operação –, e trocar por dinheiro com agiotas.

O prejuízo para as vítimas, conforme apurou o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), somou ao menos R$ 800 mil.

Para a acusação, o valor foi arrecadado para quitar dívida da campanha eleitoral de 2012, quando o pastor fundador da Adna em Campo Grande, candidatou a vice-prefeito na chapa de Alcides Bernal (PP).

Julgamento condenou Olarte por unanimidade; Bonassini, relator do processo, ao fundo. (Foto: Marina Pacheco)
Julgamento condenou Olarte por unanimidade; Bonassini, relator do processo, ao fundo. (Foto: Marina Pacheco)

Condenação – O julgamento de Olarte ocorreu na primeira reunião da Seção Especial Criminal, já havia sido criada recentemente. Nos bastidores, o júri foi considerado histórico, pois foi a primeira vez que um ex-prefeito foi condenado por corrupção.

O relator do caso é desembargador Luiz Claudio Bonassini, o mesmo que afastou Gilmar Olarte do cargo de prefeito, em agosto de 2015.

Os seis desembargadores presentes seguiram o parecer do relator, pela condenação de Olarte por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Somando os dois crimes, chegou-se a pena de oito anos e quatro meses de prisão.

Recurso – Olarte alega, por meio da defesa, que o primeiro julgamento é nulo porque quando foi condenado já havia renunciado ao cargo de prefeito e por isso o TJMS não é o órgão competente para julgá-lo e que ele, portanto, teria direito a ser julgado pela 1ª instância.

O pastor evangélico e contador também argumenta que o julgamento foi falho, e consequentemente nulo, por dois outros motivos. O advogado dele, Renê Siufi, não compareceu à sessão para fazer a sustentação oral em favor do cliente e que a Justiça, portanto, não lhe deu direito a defesa.

Ocorre que Siufi havia tentado adiar o julgamento alegado que no mesmo dia tinha outra audiência, pedido que foi indeferido pelo fato do compromisso do advogado e o julgamento serem em horários diferentes.

A defesa ainda usa a tese jurídica de lesão ao “princípio do promotor natural”, alegando que em vez do procurador-geral de Justiça, Paulo Cezar dos Passos outro procurador, que não atua na esfera criminal, foi o responsável pela acusação durante o júri.

Apesar da condenação em maio, a prisão de Olarte não era imediata, já que o acórdão (conteúdo da decisão) precisava ser publicado no Diário Oficial da Justiça e não havia prazo para tal. Só depois seria expedida a ordem de prisão.

Olarte continua em liberdade, entretanto, por estar recorrendo da decisão. Ele é monitorado hoje por tornozeleira eletrônica, restriçã aplicada em outro processo.

Renê Siufi diz estar confiante de que o julgamento de Olarte será anulado e já adiantou que vai recorrer a instâncias superiores caso o TJ decida manter a condenação. “Quem me conhece sabe que vou até as ultimas consequências”.

Nos siga no Google Notícias