Após novo pedido de vistas, votação sobre pesca de dourado é adiada
Desta vez a deputada Mara Caseiro pediu para analisar a proposta
Após novo pedido de vistas, a votação sobre o projeto que proíbe a pesca do dourado por oito anos, nos rios de Mato Grosso do Sul, foi adiado novamente na Assembleia. Desta vez, foi a deputada Mara Caseiro (PSDB), que pediu para analisar melhor a proposta, após pedido de pescadores da região do Cone Sul.
O autor do projeto, Beto Pereira (PSDB), reclamou sobre a situação com a direção da Casa de Leis, alegando que sua matéria já havia passado por vistas, na semana passada, e que segundo ele, de acordo com o regimento, teria que ser votado em definitivo, na sessão desta terça-feira (06).
"Já pediram semana passada, não pode de novo, é uma forma que estão utilizando para protelar ainda mais o projeto, que já está há mais de seis meses na Assembleia. Já passou pelas comissões e audiência pública", ponderou o tucano.
Mara justificou que recebeu esta solicitação de pescadores da região do Cone Sul, sua base eleitoral, que são contra a proibição da pesca, por oito anos. "Por ter este pedido, vou estudar melhor a proposta, antes de votar. Amanhã decido se vou me posicionar contra ou a favor, ou até apresentar uma emenda". (Veja o vídeo abaixo)
Na semana passada, o deputado Herculano Borges (SD) já tinha pedido de vistas, depois que representantes de pescadores ribeirinho tinham reclamado da matéria. Ele estudou a proposta por 24 horas (data limite) e depois devolveu na quinta-feira (1), porém o projeto não foi votado, porque faltou quórum.
Pescadores - Na sessão de hoje (06) um grupo da colônia de pescadores do município de Anastácio, cidade que fica a 135 km de Campo Grande, foi até a Assembleia pedir aos deputados que rejeitassem o projeto. Eles alegam que a espécie dourado não está em extinção e que sua proibição iria afetar a atividade profissional.
"Vai prejudicar muito a gente, é um peixe importante para venda, há 27 anos atrás proibiram o curimba, por isso migramos a pesca aos peixes nobres e o dourado está entre os oito que mais comercializamos, o que se precisa é de fiscalização e cuidado na Piracema", disse o presidente da colônia, Aparecido Carlos Santos Milan.
Ele ainda ressaltou que o modelo "pesque e solte" não tem tradição em Mato Grosso do Sul e que não funciona nos locais onde é permitido. "Aqui os pescadores profissionais, assim como amadores querem pescar e consumir o peixe, também acreditamos que esta proibição não é necessária".
Projeto - A proposta também proíbe comercialização, transporte, embarque e a industrialização da espécie, permitindo apenas a modalidade esportiva "pesque e solte", que segundo o autor, é uma maneira de atrair turistas, movimentar o setor em diversas cidades do Estado, sem colocar a espécie em extinção.
Em municípios como Aquidauana e Corumbá, que possuem legislações próprias sobre o assunto, a proposta estende a proibição também da comercialização, transporte, embarque e a industrialização da espécie, permitindo apenas a modalidade esportiva de pesque e solte.
"O assunto é polêmico porque toda proibição ou medida restritiva gera debate, no entanto se trata de um ato extremo porque todas as outras alternativas anteriores se esgotaram e não tiveram o resultado esperado", argumenta o autor.