Após revista, público lota Câmara e exibe cartazes pró e contra Olarte
O plenário da Câmara Municipal já está lotado para acompanhar a sessão que pode resultar na abertura de Comissão Processante contra o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP). Logo no começo da manhã, foram distribuídas 360 senhas. O público chegou em duas levas, às 4h e às 6h40 da manhã. Às 9h, a entrada foi liberada. Todos foram revistados pela Guarda Municipal.
O grupo a favor do prefeito informa que chegou às 4h e foi o primeiro a entrar, ocupando as fileiras centrais. Eles exibem cartazes. Num deles, consta a seguinte frase: “Vereadores do bem querem o bem de Campo Grande. Então, afastamento não”. Moradora no bairro Leon Denizart Conte, Marli Alves da Silva, 63 anos, diz que espera pela permanência do prefeito e que os professores voltem para a sala de aula.
A maior parcela do público é de professores, a categoria está em greve desde maio e protagoniza uma queda de braço com Olarte para cumprimento da lei do piso. O presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, disse que os profissionais continuam acompanhando as sessões para que a legislação seja aplicada.
Na semana passada, houve confusão na Câmara entre os professores e guardas municipais à paisana. Nesta quinta-feira, a segurança foi reforçada, com 210 guardas municipais, sendo 130 da equipe operacional e 80 de operação de controle de distúrbio civil, além de uma equipe da PM (Polícia Militar). Do lado de fora, o estacionamento foi fechado para montagem de um telão.
Bastidor – Informação extraoficial dá conta que a tendência é de que a Comissão Processante seja aprovada, mas por apenas um dos cinco itens que motivaram o pedido. A denúncia, contendo solicitação de abertura de Comissão Processante, foi protocolado pelos vereadores Marcos Alex (PT), Thais Helena (PT) e Luiza Ribeiro (PPS), que ficam impedidos, pelo regimento, de participarem da votação.
Dessa forma, foram convocados os suplentes Élbio dos Santos Mendonça (PT), Roberto Santos Durães (PT) e Aldo Eurípedes Donizete (PPS). “Vou votar com convicção pela Processante. Defendo que todo servidor público, principalmente, o gestor deve ser fiscalizado”, diz. Ainda segundo ele, é uma oportunidade para que o prefeito se defenda.
Os motivos para a comissão são: falta de divulgação do balanço financeiro do município; a viagem de jatinho do empreiteiro João Amorim para Brasília; o não cumprimento da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) em relação ao excesso do teto de pagamento dos servidores; lavagem de dinheiro e tráfico de influência referente à investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e descumprimento da lei do piso para o magistério.
A oposição também deve apresentar requerimento de afastamento do prefeito, pois ontem o TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) aceitou a denúncia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra Olarte.