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Política

Assessor polêmico da Funarte foi demitido pelo clã Bolsonaro após campanha em MS

Luciano Querido atuou na campanha do delegado Cleverson Alves dos Santos ao cargo deputado estadual nas eleições de 2018

Maressa Mendonça | 11/05/2020 18:32
Luciano Querido vai atuar como presidente substituto da Funarte (Foto: Divulgação)
Luciano Querido vai atuar como presidente substituto da Funarte (Foto: Divulgação)


O novo diretor-executivo da Funarte (Fundação Nacional das Artes),  Luciano Querido, além de nomeação contestada por artistas, também teve episódio polêmico em Mato Grosso do Sul. Ele foi demitido pelo clã Bolsonaro em 2017, após trabalhar em campanha política em Costa Rica, cidade de apenas 19 mil habitantes. Na ocasião, foi acusado de pedir dinheiro para financiamento eleitoral. O então candidato à presidência, Jair Bolsonaro chegou a divulgar vídeo dizendo que não autorizava ninguém a falar em seu nome, muito menos pedir dinheiro

Querido trabalhou na campanha do delegado Cleverson Alves dos Santos a deputado estadual em 2018, hoje pré-candidato a prefeito no município que fica a 305 quilômetros da Capital. Pouco antes ele chegou ao Estado para selecionar nomes que deveriam compor a chapa do presidente Bolsonaro nas funções de deputados federal e estadual.

À reportagem do Campo Grande News, o delegado contou ter conhecido Luciano em um jantar em que ele se apresentou como assessor de Carlos Bolsonaro e informou o motivo da viagem até Mato Grosso do Sul. “Falou que estava no Estado em nome de Bolsonaro para conhecer potenciais nomes para a campanha”.

Cleverson conta não ter presenciado “nenhum pedido de dinheiro, nem sequer de forma indireta” de Querido para financiamento de campanha do presidente.

Fato é que a informação chegou até os ouvidos de Bolsonaro e ele decidiu publicar um vídeo direcionado aos campo-grandenses.

Em imagens que circularam na internet,  o presidente se dirigiu aos “amigos de Campo Grande” e disse que um “elemento” chamado Luciano havia pedido dinheiro para financiamento da viagem e material de campanha. “Jamais autorizaria alguém a fazer isso”, declarou Bolsonaro na ocasião, agradecendo ainda quem o informou sobre o caso. A demissão de Querido ocorreu dias depois da publicação deste vídeo.

Querido nem chegou a voltar para o Rio de Janeiro porque, segundo o delegado, tinha interesse em abrir empresa de marketing no Estado. Cleverson conta ter entrado em contato com ele pouco depois o convidando para trabalhar na campanha dele. “Ele passou a me dar suporte nas mídias sociais”, resumiu o delegado.

Cleverson conta que Querido falava pouco sobre a família Bolsonaro com quem trabalhou durante muitos anos. Em um dos poucos relatos, ele disse ao delegado ter sido procurado pelo presidente pouco após a posse. Bolsonaro queria que ele voltasse a trabalhar com ele, mas à época a resposta foi negativa. O delegado entendeu que Querido ainda estava insatisfeito com as acusações de ter pedido dinheiro no Estado.

Cleverson afirma que conversou com algumas pessoas para saber se elas haviam sido pressionadas pelo agora presidente da Funarte a dar dinheiro para financiamento de campanha, mas as respostas foram negativas.

O delegado diz que trabalharia novamente com Querido, mas provavelmente não terá essa oportunidade porque o ex-assessor de Carlos Bolsonaro agora está à frente de uma fundação.

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