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Política

Bernardo recebeu R$ 7 milhões e propina abastecia caixa do PT, diz MPF

Paulo Bernardo, que também foi secretário de Zeca do PT, em MS, foi preso nesta quinta-feira

Mayara Bueno | 23/06/2016 12:19
Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, preso nesta quinta-feira (23). (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, preso nesta quinta-feira (23). (Antônio Cruz/Agência Brasil)

Preso nesta quinta-feira (23), o ex-ministro do Planejamento, Paulo Bernardo,  que foi secretário estadual durante o governo de Zeca do PT em Mato Grosso do Sul, recebeu R$ 7 milhões de propinas do esquema de desvios alvo da Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato, segundo a Polícia Federal e o MPF (Ministério Público Federal).

Bernardo foi secretário de Fazenda no governo de Zeca do PT. No governo federal, foi ministro do Planejamento (2005-2011), no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e ministro das Comunicações (2011-2015), na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff. As informações são do Estadão e Folha de São Paulo.

Segundo informações divulgadas pela PF e MPF, no fim da manhã, de 2010 a 2015, o esquema teria gerado R$ 100 milhões em propinas, referentes a contratos com a empresa Consist Software, por serviços indiretos para o Ministério do Planejamento. Além disso, a Polícia Federal disse que o esquema de corrupção servia também para abastecer o caixa do PT.

Bernardo foi preso na manhã desta quinta-feira, em Brasília, onde estava com a esposa, a senadora Gleisi Hoffmann, também do PT. Operador das propinas arrecadadas com a Consist, o ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho, confessou em delação premiada que havia propinas para o Partido dos Trabalhadores, para Bernardo, para o ex-ministro da Previdência e Aviação Civil, também alvo da operação de hoje, entre outros.

De acordo com o delegado regional de Combate e Investigação contra o Crime Organizado da Polícia Federal, em São Paulo, Rodrigo de Campos Costa, Bernardo tinha direito a 9,6% do valor de 70% do contrato da Consist – que era destinado à corrupção. Pelo acerto, a empresa ficava com apenas 30% dos recebimentos.

Já segundo o procurador da República Andrey Borges, depois que Bernardo saiu do Ministério do Planejamento e assumiu o Ministério das Comunicações, seu percentual de propina caiu para 4,5%, até chegar a 2%.

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