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Política

Bolsonaro afirma que Moro barganhou indicação para STF

Presidente afirmou a parlamentares que hoje todos iriam conhecer o ego do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública

Gabriel Neris | 24/04/2020 16:39
Jair Bolsonaro fez pronunciamento acompanhado de ministros (Foto: Reprodução/TV Brasil)
Jair Bolsonaro fez pronunciamento acompanhado de ministros (Foto: Reprodução/TV Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, em pronunciamento, que o ex-ministro Sérgio Moro barganhou indicação para o cargo de ministro de STF (Supremo Tribunal Federal) em troca da saída de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da PF (Polícia Federal), exonerado nesta sexta-feira (24). "Ele disse que era para trocar depois de novembro, depois de indicar ele (Moro) para o STF. É desmoralizante para um presidente ouvir isso", afirmou..

Bolsonaro disse ainda que conversou com parlamentares pela manhã, antes de Moro comunicar pedido de demissão do cargo de ministro de Justiça e Segurança Pública, e avisou: “Hoje vocês conhecerão aquela pessoa que tem compromisso consigo próprio, com seu ego e não com o Brasil”, se referindo a Moro.

Ao justificar a divergência com o ex-homem forte do governo, ele comentou que “uma coisa é admirar uma pessoa, outra é conviver, trabalhar com ela".

Durante o pronunciamento, Bolsonaro lembrou que Moro “não fez campanha” para ele nas eleições de 2018 e que não sabe em quem o ex-ministro votou. “Autonomia não sinal de soberania, falei do meu poder de voto. Mais de 90% dos cargos que passaram pelas minhas mãos, dei sinal verde", disse.

Mesmo assim, reforçou que quem manda é ele. "O dia em que eu tiver que me submeter a um subordinado, deixo de ser presidente da República".

Durante o pronunciamento, Bolsonaro destacou o “time de ministros” formado. “Estou lutando contra um sistema. Coisas que aconteciam no Brasil praticamente não acontecem mais. Em grande parte pela minha coragem de indicar um time de ministros comprometidos com o futuro do Brasil”.

O presidente disse ainda que Valeixo, pivô da crise com Moro, foi quem pediu para sair. Mais cedo, Sérgio Moro garantiu que isso nunca ocorreu. "Desculpe senhor ministro, mas o senhor não vai me chamar de mentiroso", rebateu Bolsonaro.

Segundo o presidente, não há nenhum problema em substituir nomes na PF. “Tenho um Brasil a zelar. Tenho dado o desconforto da minha família, acusações mais torpes possíveis, não só contra a minha família, aqueles que estão ao meu lado. Fala-se de interferência na PF, se posso trocar o ministro porque não posso trocar o diretor?Não tenho que pedir autorização para trocar um diretor ou qualquer outro que esteja na pirâmide hierárquica do Executivo."

O presidente também reclamou da demora nas investigações sobre a facada que recebeu, em Minas Gerais, ainda quando era candidato e comparou com o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol). “A PF de Sergio Moro se preocupou mais com quem matou Marielle do que com quem tentou matar seu chefe supremo. Cobrei muito deles aí, interferi?”, completou.

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