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Política

Candidato nega denúncia e diz estar sendo extorquido por empresário

Ricardo Campos Jr. | 13/09/2016 19:15
Marquinhos diz estar sendo vítima dos seus adversários políticos (Foto: Alcides Neto)
Marquinhos diz estar sendo vítima dos seus adversários políticos (Foto: Alcides Neto)

O candidato Marquinhos Trad (PSD) afirma que a denúncia envolvendo caixa dois na campanha para deputado estadual em 2014, compra de votos e sonegação de despesas eleitorais são infundadas, não passam de perseguição política e diz estar sendo vítima de extorsão pelos envolvidos.

Marquinhos afirma ter denunciado à Polícia Civil o empresário Arnaldo Brito de Moura Junior, dono da 4 Rodas Som e Acessórios Ltda., e a irmã dele Sandra Britto de Moura, que trabalhou no setor financeiro do comitê por terem ameaçado usar a história para prejudicá-lo na corrida pela Prefeitura de Campo Grande.

Conforme boletim de ocorrência registrado na 3ª DP por uma assessora de Trad, Sandra foi contratada para trabalhar no setor financeiro do comitê tendo em vista a experiência como bancária. Ela ficou responsável pelo pagamento das despesas da campanha, tais como aluguel, água, telefone, vale-transporte, entre outros.

Segundo o registro, faltou dinheiro para entregar aos fornecedores e a mulher, e a funcionária disse que tinha um irmão milionário que poderia fazer uma doação para ajudá-los.

Nos relatos da assessora de Marquinhos, a contadora da campanha orientou Moura Junior com relação aos limites que poderia repassar e ele assinou o cheque de R$ 50 mil em nome da 4 Rodas, emitindo o recibo de doação.

Depois de multado, Sandra procurou a assessoria jurídica de Marquinhos exigindo que defendessem seu irmão, mas os advogados constataram que o prazo para manifestação havia acabado e ele foi julgado à revelia (quando não apresenta defesa).

No início deste ano, o contador da empresa de Moura Junior procurou novamente o gabinete do deputado estadual pedindo que ele pagasse a multa, o que foi negado, tendo em vista que pela lei eleitoral, o responsável pela doação é quem a fez e não o candidato.

Diante da negativa, o trio passou a ameaçar o candidato prometendo usar a história contra ele. “As minhas prestações de contas foram aprovadas sem ressalvas e no início do ano me procuraram e me extorquiram. O boletim de ocorrência virou inquérito. A verdade é que esse rapaz está agindo de má-fé, sendo usado pelos meus adversários políticos”, pontua o candidato.

Empresário diz estar sendo vítima do candidato a prefeito (Foto: Fernando Antunes)
Empresário diz estar sendo vítima do candidato a prefeito (Foto: Fernando Antunes)

Irregularidades - Extratos da conta da 4 Rodas Som e Acessórios Ltda anexados na denúncia apontam que R$ 50 mil foram creditados no dia 22 de agosto e o mesmo montante foi entregue em um cheque no dia seguinte.

Moura Junior disse ao Campo Grande News que foi procurado por uma pessoa que trabalhava na campanha de Marquinhos que além de buscar a lâmina, pediu que ele assinasse um documento em branco que parecia um “holerite”, possivelmente o termo de doação exigido pela Justiça Eleitoral.

O empresário também denunciou que o cnpj da companhia foi usado na abertura de 30 linhas de telefones celulares distribuídos entre assessores de campanha e cabos eleitorais para, entre outras coisas, fazerem propaganda eleitoral por telemarketing, o que é vedado pela lei.

Além disso, a contratação dos planos não consta na prestação de contas de Trad, o que também representa uma irregularidade.

Moura Junior também afirma que o candidato comprou votos, tendo anexado na denúncia vários recibos que segundo ele provam a afirmação. A prática, conforme o arquivo, “era rotineira, metódica e coordenada, sendo realizado o cadastramento dos eleitores dos bairros, subdivididos por região da cidade, em fichas com modelo próprio, numeradas, vistadas e assinadas pelos eleitores”, havendo inclusive o oferecimento de combustível, cuja despesa foi maquiada em contrato de aluguel de automóveis.

O empresário também diz que várias despesas de campanha de Trad não foram declaradas à Justiça Eleitoral. Segundo ele, os dados da prestação de contas começam com um depósito bancário no dia 29 de julho, quando na verdade desde o início daquele mês haviam sido feitos vários pagamentos a fornecedores, conforme recibos que também foram anexados ao processo. Os gastos envolviam, entre outras coisas, vale-transporte, materiais de limpeza, gráficas, entre outros.

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