Candidatos prometem expandir coleta seletiva de lixo para toda a cidade
Com produção de lixo estimada em 800 toneladas por dia, calcula-se que dez por cento dos resíduos produzidos em Campo Grande sejam recicláveis, mas a falta de uma política de coleta seletiva que alcance todas as regiões e ações de educação ambiental que ensinem e cobrem da população a separação dos materiais fazem com que metade do que poderia ser reaproveitado acabe no aterro.
Além disso, o próprio contrato com a Solurb, que administra a coleta, chegou a ser colocado sob suspeita quando foi descoberto esquema de fraudes a licitações liderado pelo empresário João Amorim. Durante uma operação, a Polícia Federal descobriu, entre outras coisas, que uma das empresas do consórcio aumentou o patrimônio justamente para atingir o teto mínimo para disputar a concessão.
Suposto atraso nos repasses evidenciados pela empresa a partir de agosto culminou em uma greve dos coletores que deixou a cidade com pilhas de lixo espalhadas pela rua, revelando a instabilidade da relação entre a concessionária e o município.
O tema motiva a sétima matéria de uma série do Campo Grande News com as propostas deles para alguns problemas da cidade. As respostas estão em ordem alfabética segundo os nomes usados nas urnas.
Alex do PT afirma ser contrário que uma só empresa comande toda a limpeza da cidade, do lixo hospitalar à coleta seletiva. Assim, ele pretende valorizar as cooperativas dos catadores para que eles possam fazer a coleta seletiva em toda a cidade, gerando renda àqueles que viviam no lixão. Pretende ainda concluir o aterro sanitário para tirar lucro dos resíduos sólidos e ganhar dinheiro com o lixo.
Aroldo Figueiró (PTN) pretende incentivar e promover a destinação correta dos resíduos; gerar emprego e renda para os coletores de lixo; realizar campanhas de conscientização da população para a correta divisão de seus resíduos e investir na limpeza e coleta que for responsabilidade da prefeitura. Além disso, fazer com que município e população tenham benefícios de nível ecológico e financeiro com os resíduos.
Para Athayde Nery (PPS), um dos principais pontos a serem resolvidos é a coleta de lixo, bem como a limpeza da cidade. Segundo ele, o objetivo principal é reduzir substancialmente a geração de resíduos por meio da prevenção, redução, reciclagem e reúso em projeto que contemple sistema de separação doméstica com containers para cada tipo de resíduo, campanha de orientação, sacos biodegradáveis e calendário com datas diferentes para cada tipo de resíduo.
Coronel David (PSC) vai priorizar a limpeza de terrenos baldios, vias públicas e córregos como forma de evitar novas epidemias da dengue. Vai exigir o cumprimento do contrato de coleta de lixo e mudar o sistema de fiscalização, que é feito pela própria empresa. Ele ainda tem o compromisso de ampliar a coleta seletiva como parte da estratégia para elevar a qualidade de vida e preservando o meio ambiente.
Lauro Davi entende que é necessária uma auditoria nos contratos de prestação de serviços da empresa coletora com a prefeitura, pois a renovação do contrato feita em gestões anteriores gerou muita polêmica e deixou suspeitas quando foram divulgadas somas “vultuosas” pagas mensalmente para a coleta de lixo, serviço que não é correspondente às necessidades. O candidato afirma que a cidade não corresponde apenas ao Centro e o povo da periferia padece com lixo não coletado.
Segundo Marquinhos Trad (PSD), a primeira coisa que as pessoas reparam quando chegam em uma cidade é a limpeza, o que para ele é como cuidar da sua própria casa. Ele promete gerenciar e ampliar a coleta seletiva de resíduos sólidos e implementar os ecopontos, além de fortalecer o Programa Coleta Solidária, cooperativas e os catadores de material reciclável. O candidato assume o compromisso de atrair empresas de reciclagens para agregar valores às UTRs.
Para Rose Modesto (PSDB), o que precisa ser feito, em primeiro lugar, é respeitar a legislação, pois existem leis que regularizam a questão do manejo de resíduos sólidos e o compromisso é cumprir essas determinações. Além disso, é necessário ampliar e melhorar os serviços de limpeza urbana e garantir que os serviços de água e esgoto cheguem a todos, pois a política de saneamento deve proteger o meio ambiente, especialmente, os rios, córregos e reservas de água subterrânea.
Todos os 15 candidatos foram convidados a participar da série. Adalton Garcia (PRTB), Alcides Bernal (PP), Arce (PCO), Elizeu Amarilha (PSDC), Marcelo Bluma (PV), Pedrossian Filho (PMB) e Rosana Santos (PSOL) não enviaram as repostas até a publicação desta reportagem.
Suél Ferranti (PSTU) criará uma empresa municipal 100% pública e estatal de limpeza da cidade, incluindo a coleta de lixo e sua respectiva destinação, invertendo a lógica que, segundo ele, a atual e as anteriores administrações praticam, qual sejam, beneficiando com licitações milionárias empresários do setor. Serão organizados debates auxiliados pelos conselhos populares visando deliberar outras medidas a respeito.