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Política

Cida Gonçalves assume ministério e diz que pasta será de “todas as mulheres”

Ministra que construiu carreira em MS garantiu que pretende retomar a Casa da Mulher Brasileira e o Disque 180

Jhefferson Gamarra e Silvia Frias | 03/01/2023 13:13
Especialista em gênero e violência contra mulher, Cida Gonçalves assumiu comando do Ministério das Mulheres (Foto: Reprodução)
Especialista em gênero e violência contra mulher, Cida Gonçalves assumiu comando do Ministério das Mulheres (Foto: Reprodução)

A especialista em gênero e violência contra mulher, com carreira consolidada em Mato Grosso do Sul, Cida Gonçalves assumiu nesta terça-feira (3) o comando do Ministério das Mulheres, após indicação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A cerimônia de posse aconteceu em Brasília, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), local que sediou governo de transição. O evento contou com a presença das ministras que chefiarão pastas no atual governo, como: Simone Tebet; Marina Silva; Anielle Franco; Sônia Guajajara ; Lúcia Santos; Nisia Trindade; Gleise Hoffmann e Tarsiana Medeiros. Além destas, muitas outras mulheres de movimentos sociais subiram ao palco para homenagear a nova ministra.

Em seu discurso de posse, a ministra fez agradecimentos ao presidente Lula pelo convite, aos movimentos de proteção e combate à violência contra a mulher e a ex-presidente Dilma Rousseff, governo em que desempenhou a função de secretária nacional de enfrentamento à violência contra as mulheres.

“Agradeço às mulheres que vieram e lutaram antes de mim e que me formaram. Agradeço aos movimentos feministas, as mulheres que são 52% da população nesse país e foram as grandes responsáveis pela eleição de Lula e por nos ajudar a encerrar governo patriarcal, racista, misógino e homofóbico”, disse. “Sinto-me honrada de ter trabalhado com a primeira mulher presidenta da república desse país”, completou Cida.

A nova ministra enalteceu ainda o fato de que pela primeira um governo terá uma pasta dedicada exclusivamente às mulheres com a nomenclatura de ministério, com orçamento próprio. Além disso, criticou a forma em que a antiga gestão controlava os projetos voltados às mulheres.

“Há 20 anos, no primeiro governo a secretaria tinha status de ministério. Depois passou a ser Mulher, Família e Direitos Humanos, mas representou usurpação, não cuidou das mulheres, da família ou dos direitos humanos. Foi um projeto de invisibilidade, extinguiu orçamentos, liquidou com os direitos e retirou até a vida das mulheres brasileiras. Mulher só foi vista como dentro da família patriarcal. A família no singular apaga a diversidade brasileira”, criticou.

A ministra afirmou também que o Ministério da Mulher contemplará todas as mulheres, independente de divergência partidária, e os trabalhos serão direcionados nos seguintes eixos: Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência; Secretaria Nacional de Autonomia e Cuidados e Secretaria de Articulação Institucional e Participação Política.

“É importante pontuar que esse ministério será de todas as mulheres, as que votaram e não votaram conosco. E das diversas mulheres que compõem a nossa sociedade. Faremos a defesa radical da garantia do direito de todas as mulheres nesse país”, finalizou a ministra, garantindo a retomada da Casa da Mulher Brasileira e do Disque 180.

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