Clima esquenta entre vereadores em Terenos e sessão é suspensa
Parlamentares do PP questionam uso de verbas da Casa; presidente, do PSDB, vê clima eleitoral
A temperatura voltou a subir nesta segunda-feira na Câmara de Vereadores de Terenos, cidade a 31 quilômetros de Campo Grande e a sessão chegou a ser suspensa para acalmar os ânimos. Vereadores liderados pelo ex-primeiro secretário da Casa, José da Silva Cipriano, o Zé Paraíba, do PP, pedem a investigação da gestão dos recursos do presidente da Câmara, Marcos Inácio Campos (PSDB), que viu na polêmica uma antecipação da disputa eleitoral.
Zé Paraíba, na sessão anterior, disse que renunciava ao cargo na Mesa Diretora por discordar da gestão de recursos, apontando gastos elevados e apresentando pedido ao Ministério Público para investigar as contas da Câmara. Depois dele, ontem foi a vez da colega de partido Lucilha de Almeida também renunciar- ela ocupava a 3ª secretaria. Ela disse haver retaliação diante das divergências políticas, com a exoneração de pessoas indicadas para cargos públicos e que o momento era triste. Ricardo Guimarães Leonel, do PSB, engrossou as críticas dos colegas do PP sobre as demissões, apontando ser desnecessário “faca no pescoço” em situações de divergências políticas.
A situação ficou tensa quando Zé Paraíba ocupou a tribuna, retomando o tom de acusação ao presidente. Disse ter registrado um boletim de ocorrência, foi quando as vozes se elevaram. O presidente disse que Paraíba mentia, tinha “nariz de Pinóquio” e agia com covardia. A sessão precisou ser suspensa para restabelecer a ordem.
Paraíba sustentou ter provas de irregularidades na gestão do duodécimo da Câmara, com os colegas Helder Noboru Kasae (PP) e Henrique dos Santos, Avante, defendendo a investigação dos fatos.
Espirrando farpas mais cedo- O presidente da Casa falou ao final da sessão, dizendo que via nas acusações uma antecipação do clima eleitoral por ser ano de eleições municipais. Segundo ele, estavam “espirrando farpas para todo lado.” Da tribuna, ele não confrontou os colegas, atribuiu a situação ao ano político, disse ser legalista e democrático e elevou o papel da Câmara, dizendo que a cidade de Terenos entregava bons resultados à comunidade e que, parte disso, era resultado da atuação do Legislativo. Emendou apontando que a briga deveria ocorrer nas urnas e que não esperava por bagunça em sessões futuras.
Ao fim, não houve articulação ou pedido para formação de comissão para investigar as denúncias.