Colega de Senado e de partido diz que Delcídio "não oferece risco ao erário"
Senador de MS foi solto após 87 preso; em Campo Grande, Paulo Paim defendeu liberdade do correligionário
A saída do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) da prisão é sinal da comprovação de que o parlamentar sul-mato-grossense não oferece risco ao erário público se responder o processo em liberdade. A análise é do também senador Paulo Paim (PT-RS), que esteve em Campo Grande, nesta sexta-feira (19), participando de audiência pública, na Assembleia Legislativa, sobre projeto de lei da terceirização.
O ministro Teori Zavascki, que é relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a soltura do senador. Delcídio ficou preso por 87 dias.
“Se há decisão do STF que ele seja liberto, que se respeite a decisão da Justiça”, declarou o senador gaúcho. Paim foi um dos parlamentares que votou pela permanência da prisão de Delcídio, na época, nas dependências da Polícia Federal em Brasília, na sessão do Senado Federal, dia 25 de novembro do ano passado.
O parlamentar desconhece qualquer informação a respeito de um possível acordo de delação premiada feita pelo ex-líder do Governo no Senado. “Não sei, estou aqui na audiência sobre a terceirização e não me chegou nada”, declarou.
O presidente do PT em Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Biffi, diz ter recebido com satisfação a notícia da soltura de Delcídio do Amaral. O dirigente foi defende o senador e afirma que não havia mais motivo para a manutenção da reclusão dele. “Essa prisão teve todos os contornos de ilegal. Além do mais foi um cara [Bernardo Cerveró] plantado pra fazer isso, uma armação muito grande” declarou.
“É impossível, isso não existe. Ele nem foi chamado para depor”, afirmou o dirigente petista em relação a possibilidade de Amaral ter feito acordo de delação premiada.
Sobre as informações de que Delcídio estaria descontente com a posição do partido em não criticar sua prisão, Biffi justificou que o aparente distanciamento do partido se deu em virtude da reclusão do senador, e garante que a legenda aguardou a decisão da Justiça, inclusive não dando andamento interno no processo da comissão de ética da sigla.