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Política

Com "Distritão", seis vereadores não teriam sido eleitos na Capital

Mesmo com mudanças nas regras eleitorais vontade renovação no quadro de vereadores de Campo Grande seria mantida

Richelieu de Carlo | 14/08/2017 13:55
Mesmo com 'distritão' renovação da Câmara seria mantida. (Foto: André Bittar)
Mesmo com 'distritão' renovação da Câmara seria mantida. (Foto: André Bittar)

Se o modelo de 'distritão' estivesse valendo nas última eleições, seis vereadores da Câmara Municipal de Campo Grande não se elegeriam. Além disso, o quadro de renovação da Casa em relação à legislatura anterior seria um pouco maior, pois apenas 10 parlamentares conseguiriam se reeleger, ao invés dos 11 que tiveram sucesso no pleito de 2016.

Pelo modelo chamado de 'distritão', aprovado pela comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Reforma Política e que pode valer nas próximas eleições, os estados e municípios se tornam um distrito eleitoral e funcionará para a escolha de deputados federais, estaduais e vereadores.

Sendo assim, serão eleitos os candidatos mais votados, como acontece atualmente na eleição para senadores, em que não é levado em conta os votos para partidos e coligações, sendo descartada a necessidade de cálculo para averiguar o quociente partidário.

Dessa forma, nas eleições municipais do ano passado, seis vereadores, que estão hoje na Câmara de Campo Grande, não conseguiriam se eleger, pois só tiveram sucesso por causa dos votos que seus partidos tiveram. Enquanto isso, candidatos com maior número de votos ficaram de fora, porque suas legendas não conseguiram votação expressiva.

A mesma situação se aplica à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e à Câmara dos Deputados, só que nestas Casas apenas apenas haveria mudança em uma das vagas em cada uma.

No Legislativo da Capital, não seriam eleitos Paulo Siufi (PMDB), Dharleng Campos (PP), Enfermeiro Herdson Fritz (PSD), Otávio Trad (PTB), Eduardo Romero (REDE) e Enfermeira Cida Amaral (PODE).

Eles tiveram menos votos e perderiam seus lugares para Eduardo Cury (SD), Clodoilson Pires (PRB), Jamal Salem (PR), Juari Lopes (PSDB), Marta Teixeira (PHS) e João Henrique (PSDB).

Um dos fatores que chamou a atenção nas últimas eleições municipais foi a grande renovação que houve no quadro de vereadores da Câmara, pois dos que tentaram se reeleger, apenas 11 conseguiram, outros 18 novos nomes completaram o total de 29 parlamentares que compõem a Casa.

Ou seja, pelo chamado 'distritão' não haveria mudança significativa na vontade do povo de renovar a Casa de Leis da Capital, porque, por esse modelo, apenas 10 conseguiriam manter o cargo, um a menos do que aconteceu de fato.

O mesmo se aplica à Assembleia e a bancada federal em relação ao pleito de 2014. No Legislativo Estadual, George Takimoto (PDT), com 16.586 votos, perderia a vaga para Délia Razuk (PR), que teve o apoio de 19.938 eleitores, mas mesmo assim encabeçou a lista de derrotados.

Na Câmara dos Deputados, também só haveria uma mudança. Dagoberto Nogueira (PDT), com 54.813, seria substituído por Fábio Trad, que na época era filiado ao PMDB, que teve 67.508 votos. Aliás, este tem muito a lamentar, porque sua votação foi superior a de três candidatos que hoje ocupam cadeiras no Congresso Nacional.

No gráfico abaixo, veja como funcionam os diferentes modelos de eleição proposto pela Reforma Política para os cargos de vereadores, deputados estaduais e federais. Sendo que sistema proporcional é como funciona atualmente.
O 'distritão' tem previsão para ser implantado no pleito de 2018. Enquanto o 'distritão misto' pode ser adotado em 2022.

Com "Distritão", seis vereadores não teriam sido eleitos na Capital
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