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Política

Com queda de liminar, vereador chora e é consolado por colegas no plenário

Justiça retira direito de Tiago Vargas (PP) de voltar à Polícia Civil; inelegivel, vereador vai recorrer

Por Fernanda Palheta e Caroline Maldonado | 03/10/2024 12:30



Após receber a notícia da queda da liminar que havia devolvido o direito de reassumir o cargo de agente de polícia judiciária na Polícia Civil, o vereador Tiago Vargas (PP) chorou no plenário da Câmara Municipal de Campo Grande durante a última sessão antes das eleições municipais, nesta quinta-feira (3). Alterado e dizendo que não aguentava mais, o parlamentar se jogou no chão e foi consolado pelos colegas vereadores.

"Estava vindo para sessão quando recebi a informação que a minha limitar do retorno à Polícia Civil teria caído ontem à noite, a mando do governo do PSDB. Uma perseguição. Eu não consigo nem mais chorar. Fui mandado embora, pensei várias vezes em tirar minha vida, uma luta árdua, ganhei para deputado estadual, roubaram meu mandato", disse o vereador no início da sessão.

Durante sua fala, Vargas se desesperou e começou a chorar. "Querem tirar minha vida? Já tiraram meu sonho de ser policial, já tiraram meu sonho de ser deputado estadual e quando eu ganho liminar vocês agem na calada da noite", lamentou. "Estou em uma campanha difícil, inelegível. Eu ganho uma liminar de dois, nem tinha sido publicada eu cheguei no meu limite", finalizou.

Ao encerrar sua declaração emocionada, o parlamentar abaixou a cabeça, continuou chorando e, em seguida, se ajoelhou e deitou no chão do plenário. O presidente da Casa de Leis, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), tentou seguir com a sessão e passou a palavra para o vereador André Luiz (PRD), mas diante da situação suspendeu a sessão por alguns minutos. "Sem palavras. A Justiça está aí e a gente não pode desistir nunca", disse Carlão.

Abalado, vereador Tiago Vargas (PP) é consolado por colegas e tirado do plenário durante a sessão desta quinta-feira (3) (Foto: Reprodução)
Abalado, vereador Tiago Vargas (PP) é consolado por colegas e tirado do plenário durante a sessão desta quinta-feira (3) (Foto: Reprodução)

Os colegas se aproximaram de Vargas para consolá-lo, ajudaram o parlamentar a se levantar e o tiraram do plenário. Já em seu gabinete, Tiago recebeu o acolhimento do vereador e também psicólogo, Ronilço Guerreiro (Podemos). "Tem que respirar e vai dar tudo certo. Você não nasceu vereador, não morreu vereador, neste momento levante a cabeça, acredite em você", disse.

Ao Campo Grande News, Tiago disse que vai recorrer da decisão, mas o revés nos últimos dias de campanha não era esperado. "A gente cansa, vamos continuar a campanha, mas perde voto e é desgastante. Não é de agora que passo por isso, é de muito tempo. Agora é entregar na mão de Deus", afirmou.

Inelegível - O vereador Tiago V foi demitido em 2020 devido a infrações ético-profissionais, mas alegou perseguição política. Tiago foi eleito vereador em 2020 e ganhou para deputado estadual em 2022, mas perdeu a cadeira na Assembleia Legislativa por estar inelegível em função do processo que gerou sua demissão.

A liminar a favor de Tiago havia sido concedida pela 1ª Câmara Cível do TJMS. Foram dois votos a um que restabeleceram os direitos de Tiago e suspenderam a demissão. O recurso especial do governo do Estado foi acolhido pelo vice-presidente do  TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador Dorival Renato Pavan.

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