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Política

Com relatório de CPI das Construtoras concluído, deputado critica fiscalização

Fabiano Arruda | 14/03/2012 15:56
Relator da comissão, Onevan de Matos diz que trabalhadores são maiores prejudicados com falta de fiscalização. (Foto: arquivo)
Relator da comissão, Onevan de Matos diz que trabalhadores são maiores prejudicados com falta de fiscalização. (Foto: arquivo)

O relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) foi concluído e entregue ao presidente da comissão, deputado estadual Maurício Picarelli (PMDB). E uma das principais conclusões dos trabalhos, que levaram mais de cinco meses, é que falta fiscalização do MPT (Ministério Público do Trabalho) nas irregularidades trabalhistas.

A informação é do deputado Onevan de Matos (PSDB), relator da CPI. Em entrevista na Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, ele garantiu que os contratos investigados são legais.

Para ele, a falta de fiscalização do MPT afeta os trabalhadores da construção civil, que são os mais prejudicados. Ele adiantou que o relatório será remetido ao MPT no Estado.

A CPI surgiu após denúncias de que micro empresas foram subcontratadas para a contratação de funcionários e dispensavam os empregados sem pagamento do salário e cumprimento das obrigações trabalhistas.

Antes da instalação da CPI na Casa de Leis, no dia 31 de agosto do ano passado, o MPT ajuizou duas ações, contra duas empresas, para garantir segurança nos canteiros de obras e o fim das terceirizações ilícitas. As empresas são responsáveis pelas obras e comercialização dos apartamentos em construção de pelo menos quatro empreendimentos em Campo Grande.

Conforme o órgão, numa única obra na Capital, 120 dos 200 trabalhadores contratados eram terceirizados.

Durante o tempo de atuação, a CPI convocou trabalhadores, representantes de empresas e da Caixa Econômica Federal para prestar depoimentos em audiências.

Um dos relatos ouvidos pela comissão foi o trabalhador Rodrigo de Oliveira Garcia. Ele relatou que foi contratado por uma construtora para ser eletricista e que chegou a atuar em funções que não eram dele.

“Era obrigado a trabalhar em dia de chuva sem capa, quebrar paredes, cavar buraco, descarregar caminhão. Além disto não recebi por horas extras até hoje”, disse, na ocasião, complementando que recorreu à Justiça contra a empresa para exigir o cumprimento dos direitos trabalhistas.

Na semana passada, o presidente da CPI, Maurício Picarelli, já havia anunciado que o relatório estava prestes a ser entregue, no entanto, que as apurações não implicaria em punições. “Quando começamos a investigar e fazer audiências, as empresas começaram a se regularizar”, explicou.

O MPT/MS, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que irá se pronunciar sobre o assunto quando tiver acesso ao relatório.

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