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Política

Compra de voto é principal reclamação em ano com o dobro de denúncias

No pleito anterior o alvo foi propaganda por celular

Mayara Bueno | 28/10/2016 10:47
Sede do TRE-MS, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)
Sede do TRE-MS, em Campo Grande. (Foto: Arquivo)

Comparado com a eleição anterior, em 2014, o número de denúncias de possíveis crimes eleitorais no TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul) dobrou este ano, segundo o Web Denúncia. A principal reclamação também mudou. Enquanto há dois anos o ranking foi liderado por denúncia de propaganda via mensagens eletrônicas, agora é compra de votos a principal reclamação.

Até esta sexta-feira (28), a Justiça Eleitoral registrou 1086 denúncias em Mato Grosso do Sul, das quais 307 se referem a compra de votos. Em 2014, foram somente 458 até 1 de janeiro de 2015, quando o sistema foi desativado. Propaganda eleitoral por mensagens eletrônicas foi a principal queixa dos eleitores, somando 125.

Naquele ano, a eleição era para governador, presidente, senador e deputados estaduais e federais, enquanto 2016 o pleito é para escolha de prefeito e vereadores.

Os dados se referem somente ao Web Denúncia, um dos meios de reclamação. Mas, é também o principal e o que concentra a maior parte das denúncias, de acordo com o juiz David de Oliveira Gomes.

Para o magistrado, consciência e momento político foram responsáveis por fazer com que o número de denúncias dobrasse agora. “São vários fatores, mas principal pelo momento crítico pela qual passamos. As pessoas estão mais atentas também”.

O sistema na internet não permite o acompanhamento da denúncia, somente por quem é o autor. O juiz explica que, assim que chega, a reclamação já começa a ser averiguada. “Já estão em andamento, na fase de recolhimento de elementos, para, se for o caso, se tornarem denúncias do Ministério Público Eleitoral”.

Mas também pondera que a expectativa de tempo da população é diferente da Justiça. “Não quer dizer que não estão em andamento (as denúncias), mas precisam ser recolhidos elementos até chegar à fase de pedidos para cassação de registro e mandato, por exemplo. Costumam demorar”.

Denúncias – Este ano, depois das denúncias de compra de votos, o segundo lugar é ocupado por propaganda eleitoral por mensagem, com 272 registros, depois campanha em bens de uso comum, somando 128.

Em 2014, no segundo lugar a reclamação foi sobre colocação de cavaletes, bonecos, cartazes, feiras, etc, com 91. Naquele pleito, denúncias de compra de votos ficou em terceiro lugar, somando só 77 em todo o Estado.

O sistema de web denúncia será desativado nesta sexta-feira, segundo explicou o juiz. O eleitor poderá informar suspeita de crimes eleitorais por meio do aplicativo Pardal do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ou até mesmo ir ao cartório eleitoral para registrar a denúncia. “Nesta fase final, véspera da eleição, é comum ouvirmos dizer que ocorrem situações mais graves. É muito importante a denúncia”.

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