Congresso Nacional tem show de rapper indígena de MS e debate violência
A Marcha encerrará nesta quarta-feira (13), com uma caminhada na Esplanada dos Ministérios, às 9 horas
Na tarde desta segunda-feira (11), um grupo de nove mulheres indígenas guarani-kaiowá de Mato Grosso do Sul marcou presença no Congresso Nacional, em Brasília, durante sessão solene em homenagem à 3ª Marcha das Mulheres Indígenas. A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) liderou o evento.
De acordo com a cineasta e voluntária da Kuñangue Aty Guasu, Marinete Pinheiro, que esteve presente durante a sessão solene, diversas personalidades discursaram e enfatizaram questões específicas relacionadas a Mato Grosso do Sul.
A ministra Aparecida Gonçalves, do Ministério das Mulheres, abordou a luta das mulheres na feira indígena em frente ao Mercado Municipal, destacando seus esforços para prover suas famílias e filhos, carregando os produtos produzidos em suas comunidades. A ministra também ressaltou a importância da agricultura familiar e da sustentabilidade da alimentação nos territórios indígenas.
Já a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, trouxe à tona casos de violência específicos que ocorreram em Mato Grosso do Sul em seu discurso.
No evento, a deputada Célia Xakriabá também apresentou um projeto de lei voltado ao combate à violência contra as mulheres indígenas no Brasil e falou sobre a criação da primeira Casa da Mulher Brasileira Indígena.
“Durante sua fala, a Deputada Célia anunciou que a Ministra Cida se comprometeu a lutar pela criação da primeira Casa da Mulher Brasileira Indígena, que será em Dourados, no Mato Grosso do Sul. Essa casa terá um enfoque específico nas necessidades das mulheres indígenas, incluindo atendimento bilíngue e cuidados adequados para casos de violência dentro das comunidades indígenas”, explica Marinete.
Ao final da sessão solene e à convite da deputada Célia, a rapper guarani-kaiowá MC Anarandá, natural de Dourados, a 233 km de Campo Grande, fez a apresentação da música “Feminicídio”, que aborda a temática da violência contra as mulheres indígenas.
“Quando ela fez esse convite à Anarandá, foi justamente porque ela tem feito uma luta contra o feminicídio e a violência direcionada às mulheres no território do Mato Grosso do Sul. Ela viu muitos casos de violência em seu território, então nesse enfrentamento ela fez essa música”, explica Marinete, que também é assessora artística da rapper.
Agenda - Desde domingo (10), um grupo de 44 mulheres indígenas de MS está em Brasília para participar da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas. O grupo montou acampamento no Eixo Cultural Ibero-Americano, localizado na área central da capital federal.
A Marcha encerrará na quarta-feira (13), com uma caminhada na esplanada dos ministérios, às 9h. Na noite de quarta-feira, haverá um show de encerramento com artistas indígenas, sendo uma delas a MC Anarandá.
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