Convocação de Bernal deve ser decidida no voto na CPI do Calote
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Calote, vereador Paulo Siufi (PMDB), informou que uma reunião amanhã deverá decidir sobre a convocação ou não do prefeito Alcides Bernal (PP) para esclarecer a falta de pagamento de fornecedores e contratações consideradas irregulares. “Depois da oitiva de amanhã vamos nos reunir para definir os próximos depoentes e está sendo cogitado a possibilidade chamar o prefeito Alcides Bernal”, disse.
Indagado se a maioria dos integrantes da CPI do Calote já seria a favor da convocação de Bernal, o peemedebista evidenciou que a proposta é polêmica e deverá ser decidida no voto. “Não é certeza a convocação. Tem de entrar em votação entre os membros da CPI”, declarou Siufi.
Para ele, é preciso esclarecer se houve ou não alguns pagamentos, já que haveria contradição entre o que vem dizendo o prefeito, em entrevistas à imprensa, e os depoimentos dos representantes das empresas. Também faltariam documentos para comprovar as alegações, apesar da sistemática cobrança feita pelo relator da CPI, vereador Elizeu Dionízio. “A CPI diz que faltam documentos e Bernal fala que não. Então vamos colocar Elizeu olho a olho com ele”, propôs o presidente.
Além disso, um fator importante na presença pessoal do prefeito Alcides Bernal em audiência da CPI do Calote seria a possibilidade esclarecer pontos controversos deixados pelos secretários municipais que prestaram depoimento. “Como os secretários foram depor e não conseguiram esclarecer, o ideal é que o prefeito fosse mesmo para tirar essas dúvidas”, argumentou.
Observou, porém, que há um cuidado da Câmara de Campo Grande de “não queimar etapas”, numa referência indireta a um possível processo de cassação do prefeito Alcides Bernal. Na semana passada, Siufi chegou a dizer que já há indícios suficientes para abrir processo contra Bernal. Hoje, o presidente da CPI afirmou que existem ainda instrumentos que o Poder Legislativo dispõe e ainda não utilizou, como a quebra de sigilo bancário, que poderiam propiciar a arrecadação de mais provas ainda.
Documentos – O presidente da CPI do Calote informou que ainda não chegaram documentos requisitados, como o extrato da Solurb, que comprove o pagamento de R$ 17 milhões, afirmado pelo prefeito Bernal, e da Salute Distribuidora de Alimentos.
Siufi explicou que a falta da documentação da Salute levou a CPI a adiar o depoimento de seu representante. “Se não ia acontecer o mesmo que no caso da Jagás, cujo representante foi à reunião da CPI sem documento e disse que não sabia onde estava”, apontou.