Corumbá dividida: jeitão Bolsonaro agrada uns, mas para outros ele chega tarde
Presidente inaugura estação de radar, hoje, no aeroporto do município pantaneiro
Prestes a receber Jair Bolsonaro (sem partido), Corumbá se divide entre os que aprovam e os que criticam o presidente. O chefe de Estado inaugura estação de radar, hoje (18), às 10h30, no aeroporto da cidade.
Walquíria da Silva Lopes, de 27 anos, está do lado dos que se identificam com Bolsonaro. Ela trabalha com serviços gerais e diz que gosta do “jeito”, do “estilo” do presidente, por isso votou nele nos dois turnos das eleições de 2018. Walquíria se diz satisfeita com a gestão do presidente e só não vai vê-lo de perto porque precisa trabalhar.
O comerciante Fábio Paes, 27, compartilha da aprovação. Para ele, a administração do governo Bolsonaro “é perfeita”. A barraca de tereré do rapaz sofre com a desaceleração econômica provocada pela pandemia de novo coronavírus, por isso, Paes descarta fechar as portas para acompanhar a visita presidencial.
Já a professora Roseane Soleto, 48, é crítica de Bolsonaro, principalmente na gestão ambiental. “Deveria vir quando a fumaça do Pantanal pegando fogo cobria a cidade e não deixava a gente ver nem as árvores nas ruas”, comentou.
Corumbá lidera o país em focos de incêndios florestais em 2020, com 4.013 acumulados, segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). As chuvas de ontem (17) arrefeceram o fogo e ajudaram a afastar a fumaça da cidade.
Próximo ao aeroporto, protesto tímido com direito a faixa também faz críticas à pauta ambiental do governo Bolsonaro.
Movimento - Corumbá é a terceira cidade sul-mato-grossense com mais casos confirmados de novo coronavírus, com 1.929 ocorrências; e a segunda em número de mortes pela doença, com 72.
A pandemia impacta na economia do município, que ganha pequeno fôlego diante da visita presidencial. Hotéis que até então recebiam 15 pessoas, hoje passam dos 100 hóspedes.
Agenda - Bolsonaro inaugura a estação de radar às 10h30, em solenidade no aeroporto. O equipamento faz parte de iniciativa anunciada ainda em 2018, pelo então ministro da Justiça do governo de Michel Temer, Raul Jungmann.
O pacote previa três radares - em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, em Ponta Porã e em Porto Murtinho, vizinhas ao Paraguai. O investimento soma R$ 150 milhões.
O presidente almoça na cidade pantaneira e depois visita Nioaque, onde serviu ao Exército de 1979 a 1981. Bolsonaro deve também passar por Maracaju antes de desembarcar em Campo Grande, ainda hoje, para participar de evento da FAB (Força Aérea Brasileira) na Ala 5, antiga Base Aérea.
