ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, QUINTA  14    CAMPO GRANDE 24º

Política

“Crime” de assessora foi “cozinhar em acampamento”, afirma deputado

Aline de Paiva Lopes, assessora de Rafael Tavares (PRTB), foi alvo de ação da PF nesta manhã

Anahi Zurutuza | 05/09/2023 14:39
Rafael Tavares ao lado da assessora Aline de Paiva Lopes (Foto: Reprodução das redes sociais)
Rafael Tavares ao lado da assessora Aline de Paiva Lopes (Foto: Reprodução das redes sociais)

O deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) postou vídeo nas suas redes sociais saindo em defesa de Aline de Paiva Lopes, assessora dele. O parlamentar afirmou que o único “crime” cometido pela funcionária foi “ajudar na cozinha do acampamento em frente o CMO [Comando Militar do Oeste]”, onde até janeiro estavam instaladas barracas de manifestantes contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Tanto Tavares quanto advogados, que acompanharam a ação contra Aline, afirmam que a militante de direita está sendo vítima de perseguição política. A assessora parlamentar foi um dos alvos em Mato Grosso do Sul da 16ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga financiadores e fomentadores dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro, quando manifestantes vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF).

“Hoje, a Polícia Federal foi na casa dela. Se ela tivesse guardando dinheiro na cueca, como os assessores dos deputados do PT faziam, isso não acontecia”, afirmou o deputado sul-mato-grossense no vídeo.

Ele explica que a assessora trabalhou no acampamento do CMO, mas não esteve no protesto da capital federal. A ligação que ela poderia ter com o quebra-quebra seria “passar um contato” para alguém. “Simplesmente, passou um contato e hoje recebeu policiais federais na casa dela. Mais um absurdo que acontece na ditadura do PT”.

Danilo Azambuja (na frente) defende colega de gabinete em frente à PF de Campo Grande (Foto: Reprodução das redes sociais)
Danilo Azambuja (na frente) defende colega de gabinete em frente à PF de Campo Grande (Foto: Reprodução das redes sociais)

O advogado Danilo Assis Azambuja, que acompanhou Aline até a Superintendência da Polícia Federal em Campo Grande e é chefe do gabinete da Tavares, afirmou que a colega está sendo vítima de perseguição. Em vídeo divulgado na página do movimento EnDireitaMS, ele diz que a ação foi uma “tentativa de vincular a imagem do deputado Rafael Tavares” ao 8 de janeiro.

Mais cedo, em entrevista na porta da sede da PF na Capital, Danilo afirmou que a cliente compareceu espontaneamente e que não teve acesso às acusações contra Aline. “Ela não esteve presente no 8 de janeiro, não esteve em Brasília e tão somente se manifestou pacificamente aqui em Campo Grande, em frente ao CMO, assim como todos do Movimento EnDireitaMS”.

Já o advogado Marcos Caldeira afirmou que nem a Polícia Federal sabia o que estava fazendo, quando saiu às ruas da Capital, no início desta manhã, para cumprir mandados de busca e apreensão. “Nem a polícia tem o inquérito. Cumpriram o mandado, mas eles não têm a ordem por completo, eles não têm a acusação em si. Foi até difícil prestar esclarecimentos porque nem mesmo a delegada sabia o que ela poderia perguntar. Veio um script, um verdadeiro script, com perguntas que a delegada teve que ler”.

Aline Lopes ficou em silêncio durante a entrevista dos defensores para o Campo Grande News. Os advogados não informaram o que foi apreendido na casa da cliente, justificando que se trata de inquérito sigiloso.

De fato, a petição que resultou nas 53 ordens de busca e apreensão, expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, tramita em sigilo absoluto desde o dia 14 de agosto, no STF (Supremo Tribunal Federal). O processo só pode ser acessado fisicamente, no gabinete do magistrado.

Rafael Tavares informou que Aline trabalha com ele desde a época da campanha eleitoral, em 2022. Na Assembleia Legislativa, atua como assessora intermediária III, com salário base de R$ 1.334,25, ligada ao “gabinete itinerante”, tendo como função colher as demandas da população.

O outro alvo da operação em Mato Grosso do Sul é o suplente de deputado estadual Rodrigo de Souza Lins, 40 anos.

Nacional – Além dos 53 mandados de busca e apreensão, Moraes determinou a indisponibilidade de bens, ativos e valores dos investigados. Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de R$ 40 milhões.

Os alvos são investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para entrar na lista VIP do Campo Grande News.

Nos siga no Google Notícias