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Política

Dagoberto e Miglioli gastam R$ 2 milhões do fundo, mas têm resultado "medíocre"

Cada voto do deputado custou R$ 178, enquanto do ex-secretário foi R$ 163

MS em Brasília | 07/12/2020 11:59
Deputado federal Dagoberto Nogueira e ex-secretário de Obras do Estado: campanhas milionárias com recursos do fundo partidário. (Fotos: Divulgação)
Deputado federal Dagoberto Nogueira e ex-secretário de Obras do Estado: campanhas milionárias com recursos do fundo partidário. (Fotos: Divulgação)

Dois dos mais experientes candidatos à Prefeitura de Campo Grande, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) e o ex-secretário de Obras do Estado Marcelo Miglioli (Solidariedade) colheram resultados pífios nas urnas, com 1,57% e 1,9% dos votos.

O MS em Brasília apurou que, ao mesmo tempo, foram os que mais gastaram — R$ 1,16 milhão e R$ 1,28 milhão, segundo relatórios preliminar da prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral. Ambos utilizaram recursos do fundo partidário, abastecido com dinheiro público, assim como as demais siglas, exceção ao NOVO e PL.

Entre 14 candidatos, ficaram em nono e décimo lugar, atrás de novatos na política como a delegada Sidnéia Tobias (Pode) e o deputado estadual João Henrique Catan (PL), eleito em 2018. Delegada e deputado gastaram, juntos, pouco mais de R$ 190 mil. Dagoberto teve 6.507 votos; Miglioli, 7.899.

O alto custo da campanha do deputado e do ex-secretário se confirma quando é analisado o valor de cada voto recebido. Para conquistar um voto, Dagoberto precisou desembolsar R$ 178 e Miglioli, R$ 163. Os dois, juntos, torraram R$ 2,45 milhões do fundo partidário.

Muito com pouco

Vinicius Siqueira (PSL), por exemplo, teve o voto mais barato entre todos os candidatos, de R$ 2, quase 90 vezes menor em relação aos dois que mais gastaram. O vereador obteve 34.066 votos (8,20%), com despesas de R$ 60.250 — votação duas vezes e meia superior as de Dagoberto e Miglioli, de 14.406.

Terceiro maior custo por voto, com R$ 123, Paulo Matos (PSC) gastou R$ 233 mil e obteve apenas 1.884 votos (0,45%) — quantidade insuficiente para ter conquistado até mesmo uma das 29 vagas de vereador da capital. O deputado estadual Márcio Fernandes (MDB) aparece em quarto, com despesas de R$ 1,16 milhão para 12.522 votos (3,01%).

Para uma sigla que governou o Estado recentemente por dois mandatos e administrou Campo Grande por outros quatro seguidos, o MDB teve um dos piores desempenhos da sua história. Cada voto de Fernandes saiu por R$ 93, bancados pelo fundo partidário.

Segundo colocado na disputa, o promotor Harfouche (Avante) recebeu 48.094 votos (11,58%), o terceiro menor custo, de R$ 5 por voto. Os votos recebidos pelo candidato, contudo, deverão ser anulados pela Justiça Eleitoral devido a irregularidades no seu desligamento da função de promotor.

Dado curioso

Reeleito com 218 mil votos, Marquinhos Trad (PSD) teve baixo valor por voto conquistado, média de R$ 5, com despesas declaradas de R$ 1 milhão. No entanto, a campanha de reeleição é azeitada antes da disputa com inaugurações de obras e medidas administrativas, além de contar com o trabalho “voluntário” de milhares de servidores comissionados.

Na prestação de contas de Trad, o MS em Brasília encontrou fato curioso. A campanha não teve ajuda do PSD, partido do candidato. Mas informa ter recebido bolada de R$ 312.000,00 do Patriota, legenda da sua candidata a vice, Adriane Lopes.

Trad também investiu R$ 430.000,00 em recursos próprios, segundo o relatório, o equivalente a quase três anos de salário líquido como prefeito. Os demais doadores da campanha foram servidores comissionados, como secretários e subsecretários.

Análise prestação de contas dos candidatos a prefeito em Campo Grande (clique na imagem para aumentar)

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