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Política

"De férias", bancada federal de MS gastou quase R$ 175 mil

Deputados federais e senadores usaram recursos do mandato para comprar desde pó de café a custear marketing

Por Gabriela Couto | 01/02/2024 15:25
Fachada do prédio do Congresso Nacional, onde estão a Câmara dos Deputados e o Senado, em Brasília (DF) (Foto: Divulgação)
Fachada do prédio do Congresso Nacional, onde estão a Câmara dos Deputados e o Senado, em Brasília (DF) (Foto: Divulgação)

Apesar de estarem em recesso parlamentar e só retomarem os trabalhos no Congresso Nacional na próxima semana, deputados federais e senadores de Mato Grosso do Sul custaram para os cofres públicos em janeiro R$ 174.840,63. Os dados foram retirados dos portais das transparências das duas casas legislativas.

O valor representa a soma dos gastos das cotas de exercício parlamentar. Sendo que os senadores usaram R$ 26.774,1 e os deputados R$ 148.066,53. A média para manter os 11 representantes sul-mato-grossenses da bancada federal foi de R$ 15.894,60 para cada um.

No Senado, quem mais esbanjou recursos públicos foi a senadora Tereza Cristina (PP). A ex-ministra da Agricultura gastou R$ 13.785,01, conforme a prestação de contas do primeiro mês deste ano. Destaque para o gasto de R$ 6.889,02 somente com os Correios. Na nota fiscal estão declarados os envios de 116 PACs (Postagens de Encomendas Digitais).

Senadora Tereza Cristina gastou quase R$ 7 mil para enviar cartas pelos Correios (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Senadora Tereza Cristina gastou quase R$ 7 mil para enviar cartas pelos Correios (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Em segundo lugar ficou Nelsinho Trad (PSD), que usou R$ 12.778,27 para o mandato durante janeiro. Os maiores custos foram com passagens aéreas (R$ 5.720,84) e aluguel de imóvel para escritório político (R$ 4.305,20).

Já Soraya Thronicke (Podemos) foi a mais econômica de toda a bancada. De acordo com a prestação de contas de janeiro, a senadora usou apenas R$ 210,82. O montante é a soma de R$ 14,94 para os Correios e R$ 195,88 com compra de material para o escritório, como pó de café, açúcar, adoçante, detergente e demais produtos de limpeza.

Dentre os deputados federais, Camila Jara (PT) foi a campeã de gastos. Nos 31 primeiros dias do ano, a petista usou R$ 34.921,01 da cota parlamentar. Desse montante, R$ 2.401,01 foram para compra de combustíveis e R$ 32.520 para a divulgação das atividades do mandato.

Camila Jara (PT) foi a representante de MS da bancada federal que mais gastou em 2024 entre os 11 eleitos desta legislatura (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Camila Jara (PT) foi a representante de MS da bancada federal que mais gastou em 2024 entre os 11 eleitos desta legislatura (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O valor é dividido em R$ 19 mil para Everson Viana Tavares Studio Fotográfico desenvolver e implementar estratégias de comunicação e R$ 13.520 para Leonardo Petiz Silva Miranda imprimir panfletos, cartazes e cartilhas da pré-candidata a prefeita de Campo Grande.

O deputado mais votado da legislatura, Marcos Pollon (PL) foi o segundo que mais esbanjou recursos públicos neste início de 2024. No mês de janeiro, o advogado usou R$ 29.908,50. O valor é a soma de R$ 3.250 para manutenção do escritório, R$ 658,50 para combustíveis e R$ 26 mil para divulgação da atividade parlamentar. Vale lembrar que Pollon também está na cota de possíveis pré-candidatos da extrema-direita para a Capital.

Dagoberto Nogueira (PSDB) é o terceiro que mais gastou recursos da cota parlamentar. No mês passado, foram desembolsados R$ 18.950 para locação de veículos (R$ 11.950) e divulgação das atividades (R$ 7 mil).

Ficaram na média de gastos os demais deputados, como Vander Loubet (PT) que usou R$ 17.791,52 em janeiro; Dr Luiz Ovando (PP) gastou R$ 14.917,91; Geraldo Resende (PSDB) utilizou R$ 12.938,54 e Rodolfo Nogueira (PL) declarou R$ 11.517,32.

Veja a relação de deputados federais e os gastos:

Reprodução da tabela de gastos do portal da transparência da Câmara dos Deputados com o nome e gastos dos oito representantes de MS (Foto: Reprodução)
Reprodução da tabela de gastos do portal da transparência da Câmara dos Deputados com o nome e gastos dos oito representantes de MS (Foto: Reprodução)

O deputado federal mais econômico dos oito que representam o Estado em Brasília (DF) foi Beto Pereira (PSDB), que registrou R$ 7.121,73 de custos durante o primeiro mês do ano.

O valor representa R$ 212,01 para manter o escritório, R$ 1.409,72 para telefonia e R$ 5,5 mil para divulgação da atividade parlamentar. Este último valor foi utilizado para pagar Karine Bezerra Viana fazer capitação de imagens do parlamentar. O tucano também é pré-candidato a prefeito de Campo Grande.

Conforme os dados da transparência da Câmara dos Deputados, só neste início de 2024 todos os deputados usaram R$ 4.305.578,09 da cota parlamentar. A maior parte dos recursos, R$ 1.807.711,51 (41,98%), serviu para divulgar as ações do mandato.

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