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Política

De olho em 2020 e na “temperatura” de militantes, PT realiza eleições internas

PED acontece neste domingo em 58 municípios de MS e é visto como primeira fase da preparação para embate eleitoral do ano que vem

Humberto Marques | 04/09/2019 16:55
Zeca afirma que votação servirá como "termômetro" da militância para 2020. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)
Zeca afirma que votação servirá como "termômetro" da militância para 2020. (Foto: Kísie Ainoã/Arquivo)

Neste domingo (8), o PT dará início em todo o país ao PED (Processo de Eleições Diretas), no qual começará a indicar dirigentes municipais e participantes das disputas pelas cúpulas estaduais (em outubro) e nacional (novembro) do partido, sendo a primeira disputa interna após as eleições de 2018, que marcaram o avanço da direita no cenário político nacional, e ainda sob a mira da opinião pública em meio a denúncias de irregularidades que atingiram lideranças e aliados da agremiação, levantadas durante a Operação Lava Jato.

Em Mato Grosso do Sul, onde o partido tem pouco mais de 53 mil filiados, a votação ocorrerá em 58 municípios dos 65 aptos para o PED –sete deles não realizarão a eleição neste momento e os 14 restantes não conseguiram se preparar a tempo.

Com tal ingrediente, espera-se que o PED sirva também para medir o entusiasmo da militância para o próximo embate eleitoral, em 2020, quando serão eleitos prefeitos e vereadores.

“Vai ser um bom termômetro para ver o grau de motivação das pessoas que fazem o PT para 2020. Passado o processo do PED municipal, serão eleitos também os delegados para o encontro estadual. Aí, vamos começar a trabalhar tendo em ótica a próxima eleição e abrir o calendário eleitoral”, afirmou o presidente regional do partido, o ex-governador e ex-deputado federal Zeca do PT. Segundo ele, superada a votação interna, o partido intensificará a busca de lideranças para se filiarem até 4 de abril de 2020, data limite para que pré-candidatos se filiem a alguma agremiação.

O PED é dividido em etapas. Neste fim de semana, serão eleitos os presidentes municipais e os demais integrantes dos diretórios nas cidades; bem como os delegados para participarem da eleição no Diretório Estadual (marcada para o fim de outubro) e, ainda, do Diretório Nacional (em novembro).

A votação será realizada em Água Clara, Amambai, Anastácio, Angélica, Antônio João, Aparecida do Taboado, Aquidauana, Bandeirantes, Bataguassu, Batayporã, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Brasilândia, Caarapó, Camapuã, Campo Grande, Caracol, Cassilândia, Corguinho, Coronel Sapucaia, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dois Irmãos do Buriti, Dourados, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Guia Lopes da Laguna, Itaporã, Itaquiraí, Ivinhema, Jaraguari, Jardim, Juti, Ladário, Maracaju, Miranda, Mundo Novo, Naviraí, Nioaque, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Novo Horizonte do Sul, Paranaíba, Paranhos, Pedro Gomes, Ponta Porã, Porto Murtinho, Rio Brilhante, Rio Verde de Mato Grosso, São Gabriel do Oeste, Sidrolândia, Sonora, Tacuru, Taquarussu, Terenos e Três Lagoas.

Apelo – O PT tem se valido de redes sociais e de lideranças no interior para mobilizar os filiados a participarem –historicamente, porém, a participação costuma ser baixa: na eleição interna de 2017, foram 6.307 votantes. Zeca afirma que também destaca nas convocações o momento atual da política onde, além “da desorganização e do descrédito”, a sociedade observa as movimentações do primeiro ano de gestão do presidente Jair Bolsonaro.

“Em torno desses componentes tentamos fazer a mobilização, dizendo ser importante o comparecimento nos encontros de cada cidade porque, a partir dos números, demonstraremos força na defesa do PT e da democracia, bem como do Movimento Lula Livre e na defesa dos direitos cada vez mais retirados do povo brasileiro”, afirmou o dirigente, referindo-se às ações do partido em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva –preso por condenação na Operação Lava Jato– e de propostas defendidas pelo atual governo que avançam no Congresso, como a reforma da previdência e as mudanças nas regras trabalhistas (alvo de novas alterações depois da minirreforma na gestão de Michel Temer).

Zeca ainda destacou que, na maior parte dos 58 municípios envolvidos no PED, a disputa pelo diretório envolve chapa única, “mas há outros com duas ou três chapas, o que é absolutamente legítimo na disputa interna”. Em Campo Grande, por exemplo, são candidatos ao comando do PT Mariuza Guimarães, Agamenon do Prado e Ilmar Renato (o Mamão).

A partir da eleição dos diretórios municipais, devem ser consolidados os apoios para as chapas estaduais do PT –até aqui, além de Zeca, que é candidato à reeleição no comando do PT-MS, disputam o cargo o ex-prefeito de Mundo Novo e ex-candidato a governador Humberto Amaducci e Genilson Duarte, atual presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Estado. “Encaro a disputa com a maior naturalidade, tendo-a como positiva”, complementou o atual dirigente estadual.

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