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Política

De volta à política, Delcídio declara ao TRE patrimônio de R$ 4,1 milhões

Candidato a senador informou à Justiça Eleitoral ter a posse de terra nua, imóveis e veículo

Humberto Marques | 21/09/2018 18:40
Filiado ao PTC, Delcídio aguarda julgamento de pedido de registro de candidatura; patrimônio declarado foi de R$ 4,1 milhões. (Foto: Humberto Marques)
Filiado ao PTC, Delcídio aguarda julgamento de pedido de registro de candidatura; patrimônio declarado foi de R$ 4,1 milhões. (Foto: Humberto Marques)

De volta ao cenário político de Mato Grosso do Sul depois de ser inocentado em ação penal por obstrução da Justiça, o ex-senador Delcídio do Amaral (PTC) informou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 4,1 milhões, superior ao apresentado há quatro anos –quando disputou o governo do Estado e informou bens na ordem de R$ 3,3 milhões.

Os dados sobre os bens constam no processo no qual Delcídio pleiteia o registro de sua candidatura, protocolado no início da semana depois que César Nicolatti (PTC) abdicou da vaga, substituindo seu projeto pela disputa na Assembleia Legislativa.

Cassado em maio de 2016 por unanimidade pelo plenário do Senado por quebra de decoro, diante das suspeitas de que teria atuado para interferir em investigações da Petrobras, Delcídio viu a 10ª Vara Federal de Brasília, no início deste ano, inocentar o senador e o ex-presidente Lula da suspeita.

Do patrimônio informado, Delcídio declarou que R$ 1,77 milhão estão vinculados a depósito judicial para garantia de compra de um imóvel residencial em Campo Grande.

Ele ainda informou a posse de um flat (avaliado em R$ 131,6 mil), de um apartamento no Centro de Florianópolis (SC), no valor de R$ 106 mil; e quatro lotes em Caldas Novas (GO) no valor de R$ 7,7 mil.

O ex-senador informou a posse de glebas na região do Jacadigo, em Corumbá, recebidas em herança. O total de 4.147 hectares foram estimados em R$ 165,8 mil. Outros R$ 1,34 milhão são vinculados à propriedade de um terço de uma fazenda. Com igual extensão, foi avaliado em R$ 253,3 mil sua participação de um terço da propriedade de uma fazenda em Corumbá.

Os bens ainda incluem um automóvel Mini Cooper 2011/2012 (R$ 124,4 mil) e cotas de capital em uma loja de roupas (R$ 1.000), bem como R$ 217 mil em investimentos em infraestrutura e gado em uma propriedade rural.

Processo – Embora os números possam soar destoantes, não há obrigatoriedade para que candidatos informem à Justiça Eleitoral os valores atualizados de seus bens –pede-se o detalhamento das posses a fim de se evitar práticas como ocultação de patrimônio.

Delcídio havia sido acusado de articular um plano de fuga para Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, a fim de evitar a delação que acabou realizada. Vídeo gravado por Bernardo Cerveró, filho de Nestor, mostrava Delcídio discutindo meios de garantir a liberação do suspeito. Na Justiça Federal, porém, as suspeitas não foram consideradas fundamentadas.

Apesar da sentença favorável, os efeitos do decreto de cassação, que incluíram a suspensão dos direitos políticos por oito anos, continuam valendo. A defesa do ex-senador se espelha na movimentação do ex-senador Demóstenes Torres –também cassado, mas que conseguiu retomar os direitos políticos depois que provas da Operação Monte Carlo, apontando sua ligação com Carlinhos Cachoeira, foram anuladas– para tentar emplacar a candidatura.

Delcídio aguarda o julgamento do pedido de registro de candidatura, que foi alvo de impugnações justamente por conta da inelegibilidade decorrente da cassação.

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