Defesa de servidora presa na Tromper pede uso de tornozeleira à Justiça
Ana Cláudia foi investigada sob suspeita de participação em um esquema milionário de corrupção em Sidrolândia
A defesa da servidora Ana Cláudia Alves Flores, 34 de idade, presa na manhã desta quarta-feira (3) sob suspeita de participação em um esquema milionário de corrupção em Sidrolândia, município situado a 71 quilômetros de Campo Grande, solicitou a conversão do mandado de prisão preventiva, cumprido hoje, para prisão domiciliar e uso de tornozeleira eletrônica.
De acordo com os autos obtidos pela reportagem, a acusada seria ré primária, com bons antecedentes, possui residência fixa e também atua como mãe de uma criança de seis anos, caso isolado em que a Justiça garante o direito de cumprimento da medida cautelar em casa.
O advogado David Moura de Olindo destacou no documento, encaminhado à Vara Criminal da Comarca de Sidrolândia, que Ana Cláudia não apresenta motivos para fuga ou frustração na conclusão das investigações. "[...] o que pelo caderno acusatório, já se mostra suficientemente provada as autorias e materialidades, não ensejando assim a segregação, pois a sua suposta participação no evento criminoso denunciado na inicial, é de coadjuvante".
Operação Tromper - Além de Ana Cláudia, foram presos o vereador de Campo Grande, Claudinho Serra (PSDB), o empresário Ueverton da Silva Macedo, o advogado Milton Matheus Paiva Matos e o chefe de licitação sidrolandense Marcus Vinícius.
A investigação é comandada pelo Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), contra os alvos havia mandado de prisão preventiva em aberto. Os envolvidos foram capturados por policiais do Batalhão de Choque e Bope, nas primeiras horas do dia.
O parlamentar é investigado por corrupção na Prefeitura de Sidrolândia, cidade onde atuou como secretário Municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica até maio de 2023, quando então assumiu como vereador na Capital. Além disso, ele é genro da prefeita Vanda Camilo (PP). A reportagem ligou para a gestora, que informou não ter conhecimento de qualquer operação na cidade.
Esta é a 3ª fase da Operação Tromper, que cumpre 8 mandados de prisão e 28 de busca e apreensão, e já averiguou irregularidades em contratos que somam R$ 15 milhões. "[...] ratificou a efetiva existência de uma organização criminosa voltada a fraudes em licitações e contratos administrativos com a Prefeitura Municipal de Sidrolândia, bem como o pagamento de propina a agentes públicos municipais", diz trecho de nota do Ministério Público.
Também foi identificada nova ramificação da organização criminosa, atuante no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica. Os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15 milhões.
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