Delcídio demite equipe, faz exames em SP e cogita voltar a morar em MS
Cassado pelo Senado na última terça-feira (10), após um processo por quebra de decoro, Delcídio do Amaral (sem partido), fechou o seu escritório político em Campo Grande e demitiu todos os funcionários. Em São Paulo, onde se recupera de uma cirurgia na vesícula, o ex-parlamentar confidenciou à pessoas próximas que tem vontade de voltar a morar em Mato Grosso do Sul.
Ao deixar reunião do Conselho de Ética, um dia antes de ser cassado, Delcídio reclamou da situação de suas filhas – que estariam sendo alvos de chacotas e agressões – o que impossibilitaria sua volta para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, o ex-senador afirmou que essa situação, entre outras, motivaram a família (mulher e filhas) a mudar para Santa Catarina, onde ele possui imóvel. Entretanto, sul-mato-grossense nato, Delcídio tem externado constantemente que tem intenção de voltar a morar e 'resgatar sua credibilidade 'em Campo Grande.
Consequentemente, a cassação do seu mandato provocou quase que instantaneamente um desmanche em sua equipe de trabalho e colocou uma 'pedra' em qualquer pretensão futura. Logo após a publicação no Diário Oficial da União, oficializando a perda de mandato, na quarta-feira (11), todos os funcionários de Delcídio foram comunicados de suas respectivas demissões, que devem ocorrer até a próxima terça-feira (17) - prazo de cinco dias corridos.
O escritório do parlamentar, transferido para a Rua Maranhão, no Jardim dos Estados, em Campo Grande, no início do ano, está fechado já há alguns dias. A informação da assessoria de imprensa é de que seis funcionários ainda trabalhavam no escritório.
O mandato de Delcidio se encerraria em 2018. Com a decisão do Senado, ele fica inelegível por oito anos a partir do fim do mandato, ou seja, não poderá concorrer a cargos eletivos nos próximos 11 anos.
Prisão - Ex-líder do governo no Senado, Delcídio foi preso pela PF (Polícia Federal), em novembro do ano passado, por tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato ao oferecer R$ 50 mil mensais à família de Nestor Cerveró para tentar convencer o ex-diretor da Petrobras a não fechar um acordo de delação premiada com o MPF (Ministério Público Federal).
Delcídio se tornou o primeiro senador preso durante o exercício do mandato. Ele foi solto em fevereiro após fechar um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República. Ele ficou 87 dias na cadeia.
Cumprindo prisão domiciliar, Delcídio está privado do convívio social, como frequenta bares, restaurantes e shoppings, por exemplo, conforme os termos da delação premiada. O parlamentar cassado ainda só pode viajar "livremente" para os estados de Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Caso necessite ir para algum outro estado da federação ele precisará comunicar à Justiça.