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Política

Depoimento de "Bill Gates Pantaneiro" mostra intimidade com o poder

Paulo Yafusso | 02/09/2015 20:07
João Baird deixa o prédio do Gaeco, onde prestou depoimento no último dia 25 (Foto: Marcos Ermínio)
João Baird deixa o prédio do Gaeco, onde prestou depoimento no último dia 25 (Foto: Marcos Ermínio)

No depoimento prestado ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organziado) no último dia 25, data em que foi deflagrada a Operação Coffe Break, o dono da Itel Informática, João Baird, expôs a sua intimidade com o poder e também as traições que cercaram a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP).

No depoimento de cinco laudas, Baird trouxe poucas novidades comparado com o que já havia sido divulgado sobre a Operação Lama Asfáltica, desencadeada pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União), Receita Federal e Ministério Público Federal. Ele negou que soubesse que Gilmar Olarte era o “Goiano”, citado em algumas conversas telefônicas dele interceptadas pela Polícia Federal com autorização da Justiça.

Aos promotores que colheram o seu depoimento, João Baird conta que em dezembro de 2013, quando a sessão que votava a cassação de Bernal foi suspensa, o secretário municipal Wanderley Ben Hur saiu da Câmara de Vereadores e foi até a casa dele, para falar sobre a votação no legislativo municipal.

Baird disse que tentou ajudar Alcides Bernal, tanto que várias vezes conversou com o então prefeito sobre a gestão da cidade, porque queria que houvesse melhor funcionamento do Executivo, pois para ele, como empresário, isso seria importante. Afirmou que na gestão tanto de Bernal como de Gilmar Olarte enfrentou problemas de atraso nos pagamentos que a sua empresa prestava para a Prefeitura.

Ao ser questionado sobre a que se referia quando numa das conversas falou em “traição”, João Baird, conhecido como “Bill Gates Pantaneiro”, disse que não se recorda do que conversava. No depoimento, ele comenta que conhece Fábio Portela Machinsky, o Fabão, desde 1999 “por relação de trabalho” , e veio a ter contato com ele na campanha eleitoral de 2012, quando Fabão pediu apoio para a campanha de Alcides Bernal.

Ocorre que a investigação do Lama Asfáltica aponta que Fabão foi um dos que trabalharam para a cassação de Bernal. Tanto que numa das conversas telefônicas interceptadas pela PF, ele diz a João Baird que está negociando com o deputado Cabo Almi (PT) ajuda para aumentar o número de vereadores para votar pela cassação. Almi foi procurador por ser padrinho político do vereador Ayrton de Araújo (PT), e Fabão queria que ele pedisse para que o vereador votasse a favor do afastamento de Bernal.

O Lama Asfáltica mostrou também, que os secretários da gestão de Alcides Bernal, Semy Ferraz, e Wanderley Ben Hur, mantinham contatos com pessoas ligadas a Gilmar Olarte, que assumiu a Prefeitura com a cassação de Bernal.

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